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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Todos são importantes

Por José Herculano Pires

José Herculano Pires
    Somos iguais perante a seara, porque somos todos iguais perante o Senhor da Seara. Deus não faz acepção de pessoas, nem de posições e muito menos de instituições. O item 5 do Capitulo XX de O Evangelho segundo o Espiritismo estabelece esta condição essencial: "Felizes os que tiverem trabalhado o campo do Senhor com desinteresse e movidos apenas pela caridade". Emmanuel conclui sua mensagem lembrando "que toda pessoa é importante na edificação do Reino de Deus".
   Querer que não haja discordâncias entre os que trabalham na divulgação e na sustentação da Doutrina, seria acalentar quimeras. Cada consciência humana, como ensina Hubert, é um ponto na correnteza da duração. Cada um de nós está colocado num ângulo determinado do eterno fluir da realidade. Cada qual, portanto, tem a sua maneira própria de ver as coisas. 
    O Espiritismo nos ensina que nos completamos uns aos outros pelas nossa diferenças. Mas se diferimos nos acessórios, concordamos sempre no essencial. Por isso mesmo a caridade - que é o amor em ação - deve eliminar as arestas do nosso personalismo ensinando-nos que todos somos importantes na busca e na  conquista da verdade.
    Claro que não devemos concordar com tudo e tudo aprovar em silencio, pois a tolerância de acomodação equivale a cumplicidade com o erro. A crítica maldosa e orgulhosa, que condena tudo o que é feito pelos outros é a negação da caridade. Mas ai de nós se suprimirmos a crítica no meio espírita! Porque é ela, quando sensata e sincera, a prática da vigilância que Jesus ensinou e Paulo exemplificou. Como utilizar "o crivo da razão", de que nos fala Kardec, se abdicarmos do direito de pensar, que mais do que um direito é um supremo dever do espírito?
      Quando Emmanuel diz: "Guiar-se pela misericórdia e não pela crítica" está se referindo à crítica negativa que nasce do orgulho e não à crítica positiva que brota espontânea e necessária do julgamento imparcial e fraterno, objetivando corrigir e portanto ajudar. O lema "valorizar o esforço alheio" não implica a valorização dos erros e dos enganos do próximo, mas o reconhecimento dos esforços feitos por todos a favor da causa comum. Todos precisamos de misericórdia, mas a misericórdia,  como Deus nos mostra em sua lei de ação e reação, não é a aprovação de erros e ilusões - e sim a correção e o esclarecimento.
 (Do livro Astronautas do Além - Francisco Cândido Xavier e José Herculano Pires)

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