B L O G DOS E S P Í R I T O S

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Esquerda kardeciana!

Por Fernando Antonio    

         Estou me sentindo dentro de uma pequena lagoa e tendo diante de mim um vasto oceano. Sim, é assim que me vejo diante do Espiritismo, nesses meus primeiros passos. A cada dia que passa, novas descobertas. Sei que ali, mais na frente, vou encontrar informações valiosas que enriquecerão meus conhecimentos, os quais serão levados a discussão e análises diante daqueles que se interessarem em estudar comigo o valor dessas novas "descobertas".  Gostaria de tocar num ponto novo para mim, mas que deve ser comum aos que estudam o Espiritismo há muitos anos. Faremos um pouco de suspense, pois preciso informar o seguinte... e depois falaremos desse "ponto novo".
          Você chega na livraria e pede O Livro dos Espíritos. Vai ao caixa, paga e recebe a sacola com o livro. No caminho, encontra um amigo e este lhe convida para um cafezinho. Logo conversam sobre o livro adquirido a pouco. Quem é o tradutor? Não sei. Tem introdução e notas? Nem olhei. E o amigo dá o seguinte conselho: Se você tem mesmo interesse em estudar O Livro dos Espíritos, tenha pelo menos duas traduções diferentes e, importante, com introdução e notas.
             Muito bem, voltemos ao "ponto novo", que é mesmo o que nos interessa neste instante.
            Estudando a pouco, no Capítulo III do Livro Terceiro de O Livro dos Espíritos, que trata da Lei do Trabalho, a questão 685-a, fiquei deveras satisfeito, uma vez que ela nos trouxe informações, para mim, valiosas. E aqui sou forçado a tocar de novo na compra do livro certo. Tivesse eu estudando só no livro traduzido por Evandro Noleto Bezerra, da FEB, que, diga-se de passagem, excelente tradutor do francês/português, certamente não estaria escrevendo essa crônica. Embora contenha a introdução, não temos nenhuma nota do tradutor. Na edição traduzida por José Herculano Pires, aí sim, contamos com 59 notas de rodapé desse também excelente tradutor e um dos mais importantes conhecedores da Doutrina Espírita no Brasil.
              Na questão 685-a, na nota de rodapé, diz Herculano Pires: "A concepção espírita do trabalho como lei natural, determinante ao mesmo tempo da evolução do homem e da Natureza, coincide com o princípio marxista segundo o qual, nas próprias palavras de Marx: "Agindo sobre a Natureza, que está fora dele, e transformando-a por meio da ação, o homem se transforma também a si mesmo". 
                 E continua Herculano Pires: "Vemos, no item 676, que "sem o trabalho o homem permaneceria na infância intelectual...".
                   Essa coincidência de princípios me levou a pensar: espere, aí tem coisa! E como tem! Tomei foi um susto ao descobrir uma vasta bibliografia sobre o tema em questão. E aqui me prendo ao artigo de Dora Incontri e Alessandro César Bigheto, escrito em março de 2005, sob o título Socialismo e Espiritismo, aproximações dialéticas, e sobre o qual temos o seguinte resumo:
                 " Este artigo pretende resgatar a ala esquerda do Espiritismo, remontando-a já desde Pestalozzi, mestre de Kardec, pelo próprio fundador do Espiritismo e seus discípulos na França e no Brasil. Apesar de o movimento espírita brasileiro revelar traços conservadores, existe um Espiritismo à esquerda, cultivado na América Latina, incluindo o Brasil e que descende do Espiritismo francês, entendido como proposta social, aplicada na educação".       
                  Vamos, oportunamente, publicar neste nosso blog este artigo de Dora e Alessandro. Por enquanto, fiquemos por aqui. Esquerda kardeciana! Vivendo e aprendendo. 
                                           

2 comentários:

  1. Vou te sugerir um site
    http://ensinoespirita.blogspot.com.br/

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  2. Estou procurando mais sobre o assunto Espiritismo e Socialismo, que tanto me agrada. Começo com a leitura do artigo recomendado no post, realmente é muito bom. Seria legal levantarmos mais textos sobre o assunto! =)

    Abraços

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