B L O G DOS E S P Í R I T O S

terça-feira, 5 de março de 2013

10 - Desafio à humildade

Por  J. Herculano Pires

(Do livro Diálogo dos Vivos
Francisco Cândido Xavier
J. Herculano Pires e
Espíritos diversos)

      Somos constantemente desafiados no campo de lutas da vida. A expressão de Emmanuel, definindo a situação em causa como um desafio à humildade, exige maior atenção de nossa parte. A pobre viúva do Templo de Jerusalém, vendo os ricos depositarem grandes somas no cofre, segundo a parábola evangélica, foi desafiada na sua humildade. Mas respondeu ao desafio de maneira positiva, depositando ali a sua ínfima contribuição.
        De outra feita, após o Sermão do Monte, os apóstolos de Jesus foram desafiados na sua humildade pela multidão faminta que reclamava alimentos. Podiam omitir-se quando o Mestre lhes pediu o que levava no bornal, alegando a insuficiência de seus recursos. Mas não vacilaram em entregar os poucos pães e peixes da merenda pobre que Jesus multiplicou para saciar a fome do povo.
          Muitas vezes somos desafiados pelos que pedem socorro exibindo necessidades que não podemos atender. Mas se formos humildes poderemos dar pelo menos um pouco para aliviar a miséria. E se dermos  o nosso pouco pensando no Mestre, talvez ocorra de novo o milagre da multiplicação. Porque, se dermos em espírito, estaremos dando muito mais do que o óbulo material.
          O mesmo acontece em relação às dores, aflições e sofrimentos alheios. Quantas vezes somos procurados por pessoas que sofrem dores tão profundas que não temos recursos para cobrir aquele abismo de angústias. Mas se elevarmos o pensamento ao Mestre e dermos o que nos for possível, talvez nossas palavras, embora inseguras e descoloridas, possam levar ao sofredor o bálsamo do entendimento e da consolação. Em nossa vaidade desejaríamos proferir palavras milagrosas, mas em nossa humildade é que realmente poderemos produzir o milagre do socorro divino.
               O desafio a humildade é também um convite à fé. Se conhecermos a nossa fragilidade e a nossa pobreza, conhecemos também o poder e a riqueza de Deus. Não é justo queremos resolver por nós os problemas alheios quando não resolvemos os nossos. É vaidade e pretensão querer mostrar uma superioridade que não possuímos. Mas se tivermos humildade para reconhecer o que somos e fazer apenas o que podemos, o nosso óbolo material ou moral será como o da viúva: pesará mais que o dos ricos.
               

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