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sexta-feira, 17 de maio de 2013

As virtudes de Zaqueu

Em Jericó, Zaqueu sobe no sicômoro para ver Jeeus
Por Fernando Antonio

        Dona Helena, minha saudosa mãe, católica, costumava dizer: "Quem estuda, mais louros conquista, mais se aproxima do país da Luz". E mamãe dizia isso com muita convicção. Hoje, eu vejo o quanto ela tinha razão. Venho estudando a Doutrina Espírita com dedicação e responsabilidade e os resultados começam a frutificar, o que me deixa bastante confiante. No estudo de O Evangelho Segundo o Espiritismo, todas as quintas-feiras, no Centro Espírita Os Essênios (também se estuda O Livro dos Espíritos), temos o prazer de acompanhar os questionamentos feitos pelos presentes, sob a coordenação do dirigente do Centro, Octávio Caúmo. Tem sido para mim um verdadeiro aprendizado. Na próxima quinta-feira será dado continuidade ao estudo do Capitulo XVI de O Evangelho Segundo o Espiritismo, oportunidade em que será lido e discutido pelo presentes o parágrafo intitulado, Jesus em casa de Zaqueu, com dezessete linhas e que narra o encontro de Zaqueu com Jesus, conforme Lucas, XIX: 1-10.
        Até ai tudo normal, mas existe muita coisa nas entrelinhas. Vamos destrinchar algumas. Quando Zaqueu, que era de estatura baixa, sobe num sicômoro (especie de figueira, árvore esta citada várias vezes na Bíblia), ele o faz para ver a passagem de Jesus, nas ruas de Jericó, seguido por uma multidão. Jamais pensou que pudesse ser notado pelo Mestre. E o que na verdade aconteceu em seguida, mudou para sempre a vida deste homem antipatizado pelo povo por ser cobrador de impostos, mas que era de um coração sensível a praticar o bem.
         Zaqueu, desce depressa, porque importa que eu fique hoje em tua casa. (Lucas, 19: 1 -10) .
        E foi assim que Jesus surpreendeu Zaqueu e logo este apressou-se em receber o Mestre. Mas também Jesus surpreendeu o povo de Jericó, por ter dado atenção a um publicano. Ora, publicano era a pessoa que  tinha a responsabilidade de cobrar impostos para o Império Romano, e segundo Lucas, 19.2., Zaqueu era o chefe dos publicanos, que eram odiados, por carregarem a fama de cobrarem acima do devido para  beneficiar-se.
        Como Jesus vai jantar na casa de um corrupto? - poderia ter alguém falado assim, principalmente um daqueles prejudicados pelos cobradores de impostos. Lembremos aqui que Mateus, um dos 12 discípulos, era, antes de seguir o Mestre, um publicano. Mas Jesus sabia o que estava fazendo. Aconteceu com Zaqueu, o que mais tarde, guardando as proporções, aconteceria com Paulo de Tarso: a conversão!
         Vejamos o que diz Lucas, 19: 1-10
          "(...) Senhor, disse-lhe Zaqueu, eu estou para dar aos pobres metade dos meus bens, e naquilo em que eu tiver defraudado alguém, pagar-lhe-ei quadruplicado. Ao que lhe disse Jesus: Hoje entrou a salvação nesta casa, porque este também é filho de Abraão. Porque o filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido."
         
          Tolstoi encontra Zaqueu
       
O escritor Leon Tolstoi (1828-1910)
       
          Quem estuda ...relembro aqui mais uma vez Dona Helena. E foi estudando, pesquisando, indo atrás, que descobri a relíquia, ou seja, o livro Ressurreição e Vida, do Espírito de Leon Tolstoi, psicografado por Yvonne A. Pereira (I900-1984), na qual o autor de Guerra e Paz conta o seu encontro com Zaqueu, no mundo dos espíritos, e o que dele ouviu, como, por exemplo, a aproximação de Zaqueu com ninguém menos do que o apóstolo Paulo de Tarso!
           Mas antes de conhecermos esse encontro de Paulo com Zaqueu, vejamos um pouco do valor intelectual e moral deste último. É o próprio Zaqueu quem fala:
        "Como eu conhecesse bem as letras e as matemáticas, falando mesmo o grego, tão usado em Jerusalém, e também o latim, igualmente usado graças à influência romana, à parte os nossos dialetos da Síria, da Galileia e da Judeia, se me escasseavam recursos (aqui Zaqueu já abandonara toda a vida material inclusive o emprego bem remunerado, quando passou a seguir Jesus e mais tarde, a Paulo de Tarso), apresentava-me as escolas mantidas pelas Sinagogas. Empregava-me ali como adjunto dos escribas, para as lições aos jovens, ou então nas casas particulares ricas, como professor e assim ganhava meu sustento".
             Vejamos agora a narração de Zaqueu sobre o seu encontro com Paulo de Tarso, conforme Tolstoi e psicografado pela saudosa Yvonne Pereira:
               " Um dia - foi em Jerusalém - correra a nova sensacional de que certo jovem fariseu, responsável pelo apedrejamento e morte do nosso querido Estevão, a quem o Espírito do Senhor inspirava com tantas glórias, acabara por se converter à Causa, porque o Senhor lhe aparecera em ressurreição triunfante, exatamente quando ele entrava na cidade de Damasco, para onde se dirigia tencionando prender os nossos "santos" domiciliados naquela localidade. Aparecera-lhe o Senhor e convidara-o diretamente para o seu ministério, como o fizera aos outros doze, antes de sua paixão e morte. E que, agora, já inteiramente aos desejos do Mestre Nazareno, com tremendas responsabilidades pesando-lhe nos ombros  conferidas pelo mesmo Mestre, pela primeira vez ia falar à assembleia dos discípulos, em Jerusalém, narrando o que se passara."
            Assinala Zaqueu que foi ouvir o apóstolo Paulo de Tarso, quando este contou como foi o seu encontro com Jesus, "diante de uma assembleia silenciosa e atenta. Muitos choraram, eu inclusive e também Paulo".          
          Como sabemos, essa aparição fez a redenção de Paulo, e, assinala Zaqueu: "de certo modo contribuiu para minha definitiva estabilidade na Doutrina do Mestre, porque daquele dia em diante tudo se modificou em minha vida. Nunca mais deixei Paulo, até hoje".
            Ressurreição e Vida precisa ser lido por aqueles que desejam conhecer melhor as virtudes de Zaqueu, este vulto importante da história do Cristianismo. Aqui, neste artigo, dei breves pinceladas, mas a maior parte da tela ficou branca, e que o leitor poderá preenchê-la com tintas vivas, estudando mais a vida desses abnegados seguidores da palavra de Jesus.
          

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