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quinta-feira, 10 de abril de 2014

A transformação de Heine

Heinrich Heine
    Por Fernando Antonio Melo

                     No estudo do capítulo XX de O Evangelho Segundo o Espiritismo, temos uma instrução do Espírito Heinrich Heine, datado de Paris 1863, quando faz considerações a respeito da parábola Trabalhadores da Última Hora, que dá titulo ao citado capítulo!
                     O que está aí em cima é só um registro, pois queremos mesmo é saber quem é Heinrich Heine e vamos, pelo que já andei lendo, ter boas surpresas, Vivendo entre 1797-1856, Heinrich Heine foi um filósofo e poeta alemão que tornou-se ardoroso defensor do ateismo. Para que tenhamos uma ideia desse seu ardor, basta saber que a famosa expressão, qualificando a religião como "ópio do povo" que conheci na minha juventude, através de Karl Marx, tivera como seu autor original Heinrich Heine.
                     Falei em surpresas e chegou a hora de sabermos uma delas, a mais importante de todas, certamente. Sete anos antes de ir para a vida espiritual, em 1849, ele fez uma declaração que espantou muitos dos que o conheciam. Sabemos que o arqueólogo Fernando Meyer, que no outono daquele ano, visitou a Heine, gravemente enfermo, ouviu do amigo a seguinte declaração:
                     "Pode acreditar, meu amigo, pois é Heinrich Heine quem lho confia em seu leito de morte, após longos anos de madura reflexão. Depois de considerar atentamente tudo quanto sobre a matéria se tem falado e escrito em todas as nações, cheguei à certeza de que existe um Deus, que é o juiz das nossas ações, de que a nossa alma é imortal (sic) e existe uma vida no além, onde o bem é premiado e o mal castigado..."
                     Chamo a atenção do leitor para o fato de que Heine, antes de se converter, pensava em suicídio para se livrar do sofrimento que a doença lhe infligia. É o que vamos ver na continuação da declaração acima:
                      "... Não tivesse eu essa fé, persuadido da incurabilidade do meu mal, já há tempo teria posto um fim à minha miserável existência... Insensatos há que, depois de terem sido vítimas do erro durante toda a vida, e terem anteriormente manifestado tais ideias errôneas por palavra e por obra, já não têm coragem para confessar que por tanto tempo andaram enganados; eu, porém, confesso abertamente que foi um erro infame o que me manteve manietado por tão largo tempo; agora, sim, vejo claramente, e quem me conhece e me vê pode dizer que não falo por coação o com o espírito obnubilado, mas numa hora em que as minhas faculdades estão tão robustas e arejadas como em qualquer tempo anterior" (Gesprache mit Heine  [nota 153] p. 704-707; citado por Georg Siegmund, em O Ateismo Moderno, p.232). 
                        Poderíamos trazer aqui outras confissões da trasnformação religiosa de Heine, mas o que temos é suficiente para entendermos o quanto é importante estar com Deus e que nunca é tarde para que isso aconteça. A historia está cheia de bons exemplos!          

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