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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Kardec e os conselhos de Erasto

Do Blog Análises Espíritas

          Considerado por Allan Kardec como um Espírito que produziu comunicações que traziam o cunho incontestável da profundeza e da lógica, Erasto é um daqueles Espíritos quem podemos chamar de sábio e profundo conhecedor da fenomenologia mediúnica. Não por acaso são encontradas muitas comunicações de sua autoria em um capítulo de O Evangelho Segundo o Espiritismo e por todo O Livro dos Médiuns.
          O capítulo XX, Influência Moral do Médium, é um dos destes. Tendo por objetivo aprofundar o conhecimento sobre a influência moral do médium na produção dos fenômenos espíritas, este capítulo é rico em informações para os espiritistas. Nele, Kardec desejava precaver os adeptos do Espiritismo contra o perigo de subestimar ou superestimar a influência dos médiuns na transmissão dos despachos de além túmulo.
          Ele deve ter estudado atendendo ao sábio conselho dado pelo codificador, quando alerta que "o estudo prévio da teoria é indispensável, se o médium pretende evitar os inconvenientes inseparáveis da falta de experiência". Aprendemos neste capítulo que não existem médiuns perfeitos na Terra, mas bons médiuns, o que segundo os Espíritos já é muito, pois eles são raros! Até porque,
           "O médium perfeito seria aquele que os maus Espíritos jamais ousassem fazer uma tentativa de enganar. O melhor é o que, simpatizando somente com os bons Espíritos, tem sido enganado menos vezes".
           É importante observar este trecho com atenção. Primeiro, porque não existe médium infalível. O que nos leva à certeza de que não há comunicação isenta de falhas, muito menos inquestionável. Segundo, porque se o melhor médium é o que tem sido enganado menos vezes, como supor que exista algum ´intocado` pelos Espíritos inferiores? Por exemplo: justamente pelo valor da sua história e da sua importância para o movimento espírita brasileiro e mundial, supor ser o Chico Xavier perfeito e isento de falhas seria demonstrar ignorar os mais básicos princípios do Espiritismo. Condenar uma análise crítica feita sobre algumas das suas obras psicografadas seria ignorar as inistentes recomendações feitas por Kardec e principalmente por São Luís, quando afirma que
           "Por mais legítima confiança que vos inspirem os Espíritos [...], há uma recomendação que nunca seria demais repetir e que deveis ter sempre em mente ao vos entregardes aos sestudos: a de pesar e analisar, submetendo ao mais rigoroso controle da razão todas as comunicações que receberdes; a de não negligenciar, desde que algo vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro, de pedir as explicações necessárias para formar a vossa opinião".

           A questão 10 do capítulo supra citado é valiosissíma por afirmar que
           "Os Espíritos bons permitem que os melhores médiuns sejam às vezes enganados, para que exercitem o seu julgamento e aprendam a discernir o verdadeiro do falso. Além disso, por melhor que seja um médium, jamais é tão perfeito que não tenha um lado fraco, pelo qual possa ser atacado. Isso deve servir-lhe de lição. As comunicações falsas que recebe de quando em quando são advertências para evitar que se julgue infalível e se torne orgulhoso. Porque o médium que recebe as mais notáveis comunciações não pode se vangloriar mais do que o tocador de realejo, que basta virar a manivela de seu instrumento para obter belas árias".

          É incrivel observar que se a maioria dos médiuns se propusesse a estudar esta magnífica obra de forma séria e metódica, a prudência teria evitado que diversas obras de conteúdo duvidoso tivessem sido publicadas, o que tornaria o movimento espírita brasileiro muito mais sério, respeitado e livre dos pseudossábios e mistificadores que entravam a sua obra de emancipação de consciências. (CONTINUA)

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