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segunda-feira, 21 de abril de 2014

Nada acontece por acaso

Editorial
O Consolador
20-abril-2014

                   Toda vez que se registra algo inusitado, imprevisível, inesperado, costumamos atribuí-lo ao chamado acaso, um tema que já foi analisado nesta revista em diversas oportunidades.
                   Fizeram a Emmanuel a seguinte pergunta: - O "acaso" deve entrar nas cogitações da vida de um espiritista cristão?
             Emmanuel respondeu: "O acaso, propriamente considerado, não pode entrar nas cogitações do sincero discípulo da verdade evangélica. No capítulo do trabalho e do sofrimento, a sua alma esclarecida conhece a necessidade da própria redenção, com vistas ao passado delituoso e, no que se refere aos desvios e erros do presente, melhor que ninguém, a sua consciência deve saber da intervenção indébita levada a efeito sobre a lei de amor, estabelecida por Deus, cumprindo-lhe aguardar, conscientemente, sem qualquer noção de acaso, os resgates e reparações dolorosas do futuro". (O Consolador, obra psicografada pelo médium Chico Xavier, pergunta 186.)
                  Lemos no livro Conduta Espírita, de André Luiz, estas duas recomendações:
                "Usar com prudência ou substituir toda expressão verbal que indique costumes, práticas, ideias politicas, sociais ou religiosas, contrárias ao pensamento espírita, quais sejam sorte, acaso, sobrenatural, milagre e outras, preferindo-se, em qualquer circunstância, o uso da terminologia doutrinária pura". (Conduta Espírita, obra psicografada pelo médium Valdo Vieira, capítulo 13).
                " Libertar-se das cadeias mentais oriundas do uso de talismãs e votos, pactos e apostas, artifícios e jogos de qualquer natureza, enganosos e prescendíveis. O espírita está informado de que o acaso não existe". (Obra citada, capítulo 18.)
                O escritor J. Herculano Pires, na obra Na Era do Espírito, escrita em parceria com Chico Xavier e Espíritos diversos, anotou:
                  "Os familiares desagradáveis são hoje o que deles fizemos ontem. Nada acontece por acaso, sem razão, em nossas vidas". (Na Era do Espírito, cao. 2)
                   "Nada acontece por acaso. Tudo resulta da lei de causa e efeito. E todo efeito tem um sentido: o da evolução. Todos somos Espíritos faltosos e sofremos as provas que pedimos antes de encarnar. Temos dívidas coletivas a resgatar. Mas além do resgate esperá-nos a liberdade, a paz, o progresso". (Obra citada, cap.3)
                  Os fatos que nos cercam, as provações que nos acometem, os sucessos e os insucessos da vida, nada disso deve ser atribuído ao acaso, á sorte ou ao azar, poque tais coisas são fruto da chamada lei de causa e efeito, que é retratada no caso Letil, narrado por Kardec no Cap; VIII da 2ª parte do livro Céu e Inferno, que aqdiante resumimos:
                   Letil foi um industrial que residia nos arredores de Paris e teve, em abril de 1864, uma morte horrível: incendiou-se uma caldeira de verniz fervente e ele, num piscar de olhos, foi atingido pela matéria candente. Letil, embora vendo que estava perdido, ainda teve ânimo de caminhar até o seu domicílio, à distância de mais de 300 metros. Quando lhe prestaram os primeiros socorros, suas carnes dilaceradas caíam aos pedaços, desnudando os ossos de uma parte do corpo e da face. Ainda assim, sobreviveu por doze horas, em meio a cruciantes sofrimentos, conservando, porém, até o fim pefeita lucidez.
                   Devidamente assistido no mundo espiritual, Letil narrou na Sociedade Espírita de Paris como ocorreu a sua desencarnação e a causa de sua expiação. "Vai para dois séculos - disse ele - mandei queimar uma rapariga, inocente como se pode ser na sua idade - 12 a 14 anos. Qual a acusação que lhe pesava? A cumplicidade em uma conspiração contra a política clerical. Eu era então italiano e juiz inqusidor; como os algozes não ousassem tocar o corpo da pobre criança, fui eu mesmo o juiz e o carrasco.
                      Dirigindo-se a todos os que deploram o esquecimento das vidas passadas, Letil exclamou" "Oh! vós, adeptos da nova doutrina, que frequentemente dizeis nao podeis evitar os males pela insciência do passado! Oh! irmãos meus! bendizei antes o Pai, porque, se essa lembrança vos acompanhasse à Terra, não mais haveria aí repouso em vossos corações", "Como poderíeis vós, constantemente assediados pela vergonha, pelo remorso, fruir um só momento de paz? O esquecimento aí é um benefício, porque a lembrança aqui é uma tortura." (Céu e Inferno, 2ª parte, cap. VIII, Letil).
             
           

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