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domingo, 20 de abril de 2014

O sentido espiritual da Páscoa - 2

(continuação)

          Jesus vitorioso

         É bom lembrar ainda que Jesus sabia, durante a realização da última ceia com os apóstolos, por ocasião da Páscoa judaica, que se aproximava o momento de seu retorno à pátria espiritual. Como Jesus poderia anunciar sua despedida com tanta segurança? Somente um espírito muito evoluído poderia ter passado por tantos suplícios físicos e morais com tamanha coragem, fé e serenidade, dando incansavelmente seu testemunho de amor e fraternidade, exemplos de quem sabia verdadeiamente amar.
          Ciente de sua vitória espiritual, da sua missão cumprida através de sua vinda à Terra, não lhe cabia o papel de derrotado, de decepções e mágoas como numa relação familiar comum entre espíritos menos evoluídos,que vemos todos os dias pela própria necessidade de nossos aprendizados.
           Jesus náo tinha o que aprender.Por isso, embora açoitado e crucificado contava com a resignação dos que confiam, dos que têm o conhecimento da verdade e da justa medida e do bem-sofrer. "Não se turbe o vosso coração; na casa do meu Pai há muitas moradas; vou prepará-los e vos levarei comigo; orai e vigiai para não entrardes em tentação; minha paz vos dou; se eu nao for, o Consolador não virá", foram algumas dessas lições de sabedoria que ele deixou, por amar e conhecer em identidade com o Pai.
             Daí outras belas lições; "eu e o pai somos um", "podeis dizer o qu eeu faço e muito mais", "não sou eu que faço, mas o Pai que vive em mim".
              Sem a interpretação espiritual da letra, impossível compreender a profundidade de tantos ensinamentos.

              A beleza das lições

               Inúmeros exemplos. Mas que nao foram suficientes para que a figura de Jesus não fosse senão lembrada e relembrada na Terra como sinônimo de chagas, espinhos, sangue, desilusão, sofrimento. 
               Se analisarmos sua tarefa terrena, ficaremos emocionados, sim, mas muito mais tocados pela beleza da imensa lição de amor e de sabedoria que representou sua vinda até nós, da sua verdadeira comunhão com Deus por compartilhar, pelo seu grau evolutivo, das Suas ideias. Passagens que trazem a alegria da fé, a esperança, o consolo e a coragem dos que sabem amar.
                Essa visão mais positiva - bem oposta, aliás, àquela que nos tem sido passada, principalmente nos tradicionais filmes reprisados nessa época da chamada Semana Santa, de dor, tristeza, lamento, traição e desilusão -, fari com que toda a Humanidade aprendesse a ver realmente o período da Páscoa como mais uma oportunidade de reflexão e renovação, de estímulo para se cultivar as virtudes, porém sem culpas ou remorsos; muito mais com a certeza de incentivo para que participemos ativamente dessa passagem, no esforço de cada dia, nesse banquete íntimo de renovação de nós mesmos.
                        Esta foi a verdadeira missão de Jesus na Terra: exemplificar, mostrar não somente
a Lei, mas vivenciá-la em sua plenitude, indicando os caminhos para melhor cumprí-la e sermos mais felizes. Uma felicidade que não é deste mundo, dirão alguns mais afoitos, desanimando-se, por não entenderem que esse mundo não se refere somente à morada terrena, mas ao mundo das coisas puramente materiais, às quais espíritos ainda imperfeitos que somos estao sujeitos em seu caminho evolutivo, como o livro adequado que têm à disposição para seu aprendizado.
                        A felicidade que Jesus nos fala se relalciona às aquisições espirituais. E isso é Páscoa, é renovação. Tem por base o desenvolvimento do amor e do donhecimento, que exigem trabalho, observação, dedicação, estudo e prática no exercício do Bem, por amor a Deus, ao próximo e a si mesmo. E esse é o nosso desafio, base da lei para começarmos a compreender o que seria afinal ser feliz e não estar feliz.
                        Essa mudança requer renovação interior e pode até mesmo começar na Páscoa, por que não? É olhar para dentro de si mesmo e reconhecer-se, esforçando-se para arrumar o que ainda nos faz sofrer.
                        
                            O perdão de Jesus

                     Outro ponto importante a considerar é que Jesus não perdeu uma única oportunidade para nos auxiliar na busca dessa felicidade. Não vai trilhar por nós, e deixou isso claro. "Eu sou o caminho, a verdade e a vida". Sigamo-lo então.
                    Ciente das nosss imperfeições, compreendendo o nosso estado evolutivo, não haveria motivo para nos culpar pela sua condenação e morte, para passarmos depois a adorá-lo numa mea culpa sem fim como símbolo da nossa rebeldia. Não. Ele não falou da Boa Nova para nos conquistar pela culpa, dixando nossos corações amargurados e apertados, sofrendo o remorso até o fim de nossos dias, reservados à tristeza e a monotonia de um afé imatura de pedidos e mais pedidos de perdão. Isso não seria seguí-lo.
                     De que serviriam tantas clemências com tão poucas oportunidades de reformualção. Tanto Jesus sabia da nossa inferioridade e da nossa necessidade de amor e discernimento, crianças espitiuais, tolas ainda, que ele mesmo pediu: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem!".
                     O Mestre veio, assim, nos salvar da ignorância, mostrando o amor, como  a outra face para a solução dos nossos problemas. Trouxe uma nova ordem, para atingirmos a felicidade, que se prendia muito mais às coisas do espírito. E ensinou que a misericórdia divina está justamente na dádiva das inúmeras oportunidades nos são concedidas para aprender e amar.
                       Que aproveitemos assim, então mais uma delas. Boa reflexão, boa renovação, boa Páscoa a todos.

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