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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Causa e efeito

Por Carla Mendrot
Revista Cristã de Espiritismo

Mais um drama com temática espírita chega ao cinema,
também dirigido pelo diretor André Marouço (de
O Filme dos Espíritos), que falou, em uma entrevista
exclusiva, sobre a Lei de Ação e Reação e o novo filme.

A "menina dos olhos" de André Marouço (diretor de  O Filme dos Espíritos) é o seu longa-metragem de temática espírita Causa e Efeito, que será lançado no dia 3 de julho, nos cinemas.
O filme é um drama espírita que conta a história de Paulo, um policial que tinha uma vida tranquila até que um motorista alcoolizado atropela e mata sua esposa e filho. O motorista não é preso e revoltado Paulo torna-se justiceiro. Contratado para dar fim a uma gartota de programa chamada Madalena, ele se sensibiliza com a história dela e coloca-se em fuga com a moça. Na fuga o casal se apaixona e juntos reajustam suas condutas de vida, auxiliados por um trio de religiosos: um padre, um pastor e um espírita.Ao longo da trama os protagonsitas alcançam o amor e a paz de espírito.

Entre perguntas e respostas o diretor de Causa e Efeito deixa sua claquete de lado e nos conta sobre esta obra cinematográfica.

André, entendo que causa e efeito está presente em tudo. Alguns chama de ação e reação, ato e consequência. Mas todos têm o mesmo "propósito". Independente do nome aplicado, pelas diversas religiões, doutrinas ou crenças, o que ainda nos falta aprender sobre - Causa e Efeito, para vivermos melhor?

André Marouço - Na minha opinião, a maior parte da humanidade sequer acredita nessa lei, a ideia de inferno, purgatório e paraíso já não convence muita gente, enfim são argumentos fracos para a lei de Causa e Efeito. Pois se as criaturas acreditassem, não haveria tanta violência, corrupção, orgulho, maledicência e vaidade no mundo. Se as pessoas tivessem certeza que de suas atitudes viriam as colheitas, e que essas podem ser amargas ou doces, dependendo da semeadura realizada, nós não estaríamos ainda tão atrasados na evolução do planeta. Por outro lado, entendo que a maior parte dos religiosos ainda enxerga a lei de Causa e Efeito como punitiva, quando de fato trata-se de uma lei de promoção. O que eu concordo é que, às vezes a colheita é de dor, mas o objetivo é semrpe de promoção, de recolocação do indivíduo a caminho da autoiluminação.

O filme aborda crenças e religiões. Política e corrupção. Vícios e cura. De que forma o Espiritismo está inserido nessas questões, que, hoje em dia, são tão comuns?
Como dissesmos, todas as crenças e religiões apresentam um aproposta de amor. Entendemos que no atual estágio moral que a raça humana se encontra, as religiões são ferramentas importantes para  a paz das criaturas. Assim, fizemos questão de mostrar o ecumenismo na trama sem deixar de apresentar a lei de Causa e Efeito sob a ótica espírita. Quanto à política e corrupção, vícios e curas, sensualidade e outras tantas atitudes mundanas no filme, esse é o planeta em que estamos vivendo. Apresentar um filme onde tudo é um mar de rosas tem seu valor artístico, mas se afasta da realidade que encontramos. Nos utilizamos do mundano para atingir os corações que estão encarnados nessa época emque vivemos. Apresentamos esses dramas humanos e, ao mesmo tempo, a superação de todos os males que, inevitavelemnte, é o caminho do amor.

Em determinado momento, Paulo sonha com a vingança e neste momento você cita Gandhi, que não era espírita, como a temática do filme. O que você quer mostrar , com esta "mistura de ideias e convicções "religiosas"?
O que une as religiões é muito maior do que aquilo que as separa. O evangélico pode não acreditar nos espíritos superiores; o católico pode não acreditar em reencarnação, os hinduístas - religião cujo qual Gandhi era adépto - podem não trabalhar com a mediunidade, mas todas as religões da Terra acreditam e ensinam o amor, essa sim a religião do futuro. Na minha concepção, o Espiritismo não é uma religião, mas sim uma ciência e filosofia com o propósito de religar as criaturas ao Criador. Assim, em nossas obras, nós sempre bebemos da proposta de amor de outras religiões e religiosos, e Gandhi foi um dos maiores expoentes da doutrina de amor, cujo maior "espírita" na Terra é nosso querido e amado mestre Jesus.

Notei que Paulo é um matador "seletivo", ele não mata a qualquer "preço". Você quis fazer de Paulo um matador "bom caráter"?
Eu quis demonstrar que a justiça pelas próprias mãos, pode ser tudo, menos justiça. Quando nosso Mestre e Senhor nos ensina no episódio da mulher adúltera, ele diz: "Aquele que nunca tiver errado que atire a primeira pedra". Para nós, o que ele quis nos ensinar é que estar para nascer na Terra aqueles que podem julgar de maneira perfeita e de forma individual. A sociedade deve lutar a boa luta, para que tenhamos uma justiça humana cada vez mais isenta e assertiva, e, além de tudo, que tenhamos um sistema prisional que proponha a reforma das criaturas, não esses depósitos de lixo e verdadeiras universidades do crime, que no Brasil se chama de sistema prisional. Paulo errou em se tranformar em um justiceiro.

Para alguns, Madalena era considerada pecadora, e para a personagem que se prostituia, você escolher este nome. Foi intencional?
Sim, foi intencional chamar de Madalena uma prostituta, assim como foi intencional chamar o protagonista da trama, um justiceiro, de Paulo. Fizemos isso para mostrar dois persoangens cujos "erros" são abominados pela raça humana, mas que ao entrarem em contato com a doutrina de amor da Lei de Causa e Efeito  reformam-se e alcançam o trabalho que os conduzirão à paz e a felicidade. Fazendo assim nós queremos dizer para o público que "não importam os erros que você tenha cometido até aqui na sua vida. Importa, sim, o trabalho de amor que você pode implementar". Em síntese, queremos mostrar na trama o que Jesus nos recomendou; "O amor cobre uma multidão de pecados"

Em determinada cena, que você explica Causa e Efeito, Paulo conhece toda a verdade e então se depara com ciúmes e preconceitos.  Qual a importância desta cena? E até que ponto devemos conhecer ou buscar conhecer os nossos porquês e verdades?
O ciúme é uma das maiores pragas humanas. Ainda me espanto quando algumas pessoas dizem que um pouquinho de ciúmes em uma relação é um tempero. Como pode ser um tempero algo que redunda em mortes, agressão, suicídio e tantas outras mazelas? Costumo dizer o seguinte: se um pouquinho de ciúmes é bom, então "um pouquinho de drogas não deve ser tão ruim". Só uns três cigarros por dia, por exemplo, podem não ser prejudiciais! Ser violento de vez em quando também não é o fim do mundo... Enfim, prefiro muita confiança e nenhum ciúme e entendo que isto sim é um grande tempero para uma relação saudável. E quanto à discriminação, infelizmente, são atitudes humanas que ainda existem na Terra. As pessoas dizem que não são preconceituosas, mas o número de executivos negros é bem menor do que o de brancos.  Muitos ainda apontam um casal gay que anda de mãos dadas; a grande maioria das pessoas tem verdadeiro pavor de conviver com deficientes intelectuais e físicos, ou seja, o preconceito ainda grita dentro de nós. Abordanos o racismo e mostramos as desgraças que redundam de tal ato, e dessa forma, esperamos dar o nosso préstimo para o fim de outra grande praga.

Causa e Efeito é a sua nova aposta. Tem alguma cena que você gosta mais ou que é especial para você? E por quê?
Eu gosto especialmente de uma cena cuja ambientação se dá entre os séculos XVIII e XIX. Nessa cena os personagens centrais do filme são levados, através de uma reunião mediúnica, a conhecerem a causa cujo efeito sofrem. A cena contém ação e suspense, cuja técnica cinematográfica empregada nos deixa muito felizes. Eu diria que é a melhor cena que eu dirigi até hoje. Acho até um pouco hitchcockiana! Porém, não posso falar muito dela, já que é a principal cena e a revelação de um dos segredos do filme, que eu convido vocês para conhecerem, nos cinemas, a partir do dia 3 de julho.

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