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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Abençoar e compreender

Por Emmanuel
(Chico Xavier)

                      Ressentimento não se constitui tão só do azedume que se nos introduz no espírito, quando a incompreensão nos torna intolerantes, à frente das grandes dificuldades de  alguém.
                     Existem igualmente os pequeninos contratempos do cotidiano que, sem a precisa defesa da vigilância, acaba por transformar-nos o coração em vaso de fel, a expelir germes de obsessão e desequilíbrio, ambientando a enfermidade ou favorecendo a morte.
                     Analisemos essas diminutas irregularidades que nos será lícito classificar como sendo cargas de sombra íntima:
                      o descontentamento à mesa porque a refeição não apresente o prato ideal;
                      a impaciência ante a condução retardada;
                      a indisposição quanto ao clima;
                      a contrariedade em serviço;
                      o constrangimento para desculpar um amigo;
                      o mal-estar perante um desafeto;
                      o melindre desperto, em ouvindo opiniões que se nos mostrem desfavoráveis;
                      o desagrado nas compras;
                    o desgosto injustificável em família, unicamente pelo motivo desse ou daquele parente não pensar pela nossa cabeça;
                      os cuidados exagerados com obstáculos naturais na experiência comum;
                      a presa e a agitação desnecessárias;
                      o descontrole ante uma visita-problema;
                      a exasperação diante de uma tarefa extra-programa;
                      o desespero contra as provas inevitáveis que a vida nos oferece a cada um.

                Tanto pesa na balança o quilo de chumbo em massa, quanto o quilo de palha nela depositado, de haste em haste.
                      Meditemos, em torno disso, e reconheceremos que o perdão incondiconal deve também alcançar as mínimas circunstâncias que se nos façam adversas. Em síntese, para que a paz more conosco, assegurando-nos proveito e alegria, nos caminhos do tempo, é forçoso não apenas trabalhar e servir sempre, mas igualmente compreender e abençoar.
(Do livro Mãos Unidas)

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