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terça-feira, 22 de julho de 2014

Diálogo com as sombras - 3

(continuação)


É claro que a mediunidade tem um mecanismo muito complexo e até agora poucos foram os cientistas dignos desse nome que se dedicaram, realmente, a fundo e com a mente desarmada de preconceitos, ao estudo dela. Mas se não a observarmos em ação, como poderemos almejar compreendê-la um dia? Só aprendemos a nadar pulando dentro dágua sob a orientação de quem já tenha, a respeito, noções satisfatórias. Se é incompleto o conhecimento sem a prática, também o é o exercício desta sem o estudo daquilo que já se sabe sobre o fenômeno.

Evidentemente, precisamos estar atentos ao puro mediunismo sem objetivos mais elevados, como também ao animismo de certos médiuns mais interessados nas suas próprias ideias que na transmissão daquilo que recebem dos companheiros desencarnados.
Há riscos, sim. De mistificações por parte de pobres irmãos carecentes de entendimento. De aceitação de inverdades sutilmente apresentadas sob fascinantes roupagens. De aflições - embora passageiras - causadas pelo desfile das angústias de irmãos sofredores.

Será, porém, que isso constitui motivo para nos privarmos das recompensas do aprendizado, das alegrias que experimentamos ao encaminhar às trilhas da paz um Espírito em crise?

Há um Universo a explorar. Há uma Humanidade inteira clamando por ajuda, esclareciemnto, compreensão e caridade no chamado mundo espiritual. Seus dramas e suas angústias não são puramente individuais. O Espírito que erra, invariavelemente prejudica a alguém mais. Os erros que cometemos, prendem-nos a uma cadeia de fatos e de seres que se estende pelo tempo. Nunca o drama de um Espírito é apenas seu. Há sempre, nesta vida ou em alguma das anteriores, elos que nos ligam a outros seres e a outras dores. Aquele que odeia, muitas vezes está maduro para o perdão - basta uma palavra serena de esclareciemento, um gesto de tranquila compreensão para libertar, não apenas o seu espírito da tormenta do ódio mas também o irmão que lhe sofre as agressivas vibrações, provocadas por antigas mágoas. Aos que ainda desejam vingar-se de antiquíssimas ofensas, mostramos a inutilidade do seu intento e os novos problemas com que virão agravar o seu futuro. Ao que ainda se prende a superadas teologias ajudamos a compreender a nova realidade que tem diante de si. A todos os que erraram, consolamos com a nossa própria imperfeição e com a certeza da recuperação. Os que já atingiram elevados patamares de conhecimento e amor, ouvimo-los com admiração e proveito. Muitos nos buscam apenas para trazer notícias das suas próprias conclusões, da nova compreensão diante desse mistério sempre renovado da vida.

Multidões de seres que aqui viveram inúmeras vezes, como criaturas encarnadas, lá estão a espera de ajuda, e no entanto, são tão pouco os grupos que se dispõem a esse trabalho que tão altos dividendos paga em conhecimento e progersso espiritual.  (CONTINUA)


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