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quinta-feira, 31 de julho de 2014

Mediunidade a serviço do amor - 2

(continuação)

Qual é sua formação espírita?
Estudei na FEESP. depopis, prossegui meu aprendizado no dia a dia, no trabalho fraterno, na leitura e estudo dos livros de Allan Kardec, dos Espíritos André Luiz e Emmanuel. Desde então não parei de estudar por conta própria. Cada vez mais retomo alguns tópicos  de O Livro dos Espíritos e de O Livro dos Médiuns, percebo que descubro coisas novas, diferentes, que me passaram despercebidas. Fico entusiasmado pois, para mim, a vida é um aprendizado constante. Aquele que afirmar que já sabe tudo, está enganado. Recordo-me sempre de Sócrates que afirmava: "Só sei que nada sei".
Por vezes, fico preocupado com o número cada vez maior de espíritas que estusam livros que são lançado todos os dias, portadores de pretensas revelações, as quais muitas pessoas aceitam como verdadeiras. Agem assim porque não estudaram as obras básicas de Kardec. É preciso ler tudo, até  para ter uma base para criticar, mas primeiro devemos estudar o Espiritismo na fonte. Recordando as palavars de Paulo de Tarso: "Tudo me é lícito, mas nem tudo me convém". O conhecimento nos auxilia a separar o joio do trigo.

Como foi sua iniciação no trabalho mediúnico?
Nunca imaginei que um dia psicografaria livros. Desenvolvi a mediunidade e logo percebi que também tinha facilidade para proferir palestras, pois o Espiritismo parecia-me familiar. Senti que também podia dar passes e me inscrevi no curso de passes da FEESP. Para mim, foi de grande valia o livro Passes e Radiações, de Edgard Armond. 
Em 1981, conheci a Dona Marlene Saes e, então passei a colaboar com meus labores no Centro Espírita A Caminho da Luz, do qual tenho a honra de fazer parte até hoje. Nessa casa abençoada, passei a colaborar nos cursos de médiuns, nos quais atuei como expositor. Uma das características de minha mediundiade é a sensibilidade de captar ideias e orientações inspiradas pelos benfeitores espirituais. Nessa época comecei a trabalhar na assistência espiritual.
Ao longo dos anos desenvolvi a capacidade de sentir com clareza a diferença entre um mentor e outro. Quando atendia um espírito muito sofredor, sentia que um amigo espiritual muito querido me envolvia. O amor que a entidade irradiava era algo que tocava o necesitado. Outras vezes, o mentor espiritual era um professor e até um médico que compunha a equipe. Comecei a ter lampejos de vidência, mas a inspiração que recebia era muito mais forte.
Trabalhei minhas limitadas faculdades mediúnicas até que, em 1994, Irmão Virgílio, meu orientador espiritual, comunicou-me que iniciaríamos uma nova etapa de trabalho: a psicografia de livros. Depois de dois anos de treinamento e aprendizado, psicografei a obra que recebeu o título de Pretérito Imperfeito, que causou muitas dúvidas, principalmente entre os jovens, que perguntavam: "Pretérito Imperfeito? É um livro de gramática?" Logo após, nós mudamos o título do livro; a obra foi reeditada como A Vida Ensina. Uma pessoa que sempre me deu apoio e confiou em meu trabalho foi Marlene Saes, amiga presente, principalmente nos dias mais difíceis.

Descreva suas percepções durante a psicografia?
No início, eu sentia uma grande dificuldade em materializar as ideias que recebia. Entretanto, à medida que perseverei na tarefa, tudo melhorou. Hoje, minha sintonia com Irmão Virgílio, meu mentor espiritual,  é muito grande. Nos dias programados para psicografar, sinto-me como se estivesse ligado, entrelaçado a ele. Recebo de imediato, num fluxo muito intenso, ideias e imagens, como se assistisse a um filme. Às vezes, viajo espiritualmente no tempo, até a Roma antiga, a França da Idade Média, ao Brasil colonial - revejo quadros do passado. Nes
sa condição, sou um espectador privilegiado.

Fale-nos um pouco sobre sua psicografia mais recente.
Meu trabalho mais recente foi a obra Uma Noite Sem Fim, publicada pela Petit Editora, cujo autor é o Espírito José Florêncio, um amigo espiritual que faz parte da equipe do Irmão Virgílio. É a quarta obra de sua autoria que tive a honra de psicografar. Seu estilo é muito original. Florêncio foi um escritor renomado, mas prefere não se identificar, informando que isso não importa. O que deve prevalecer é a obra, não o nome. Tem suas razões para manter-se no anonimato, e eu também entendo que é melhor assim.
(CONTINUA)

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