B L O G DOS E S P Í R I T O S
quinta-feira, 4 de setembro de 2014
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
Frederic Myers
Por Gilberto Schoereder
Espiristimso&Ciência Especial
Espiristimso&Ciência Especial
Frederic William Henry Myers (1843-1901) fez parte do que foi chamado de "grupo de Cambridge", formado por cientistas que se reuniriam em 1882 para fundar o SPR, Society for Psychical Research (Sociedade para Pesquisa Psíquica). Ainda faziam parte do grupo Henri e Eleanor Sidgwick, Edmund Gurney; outros se juntariam a eles posteriormente. O objetivo era dar um rumo mais objetivo ao estudo dos fenômenos que, então, assombravam o mundo, particularmente a Europa.
Alguns biógrafos de Myers entendem que ele teve razões particulares para se juntar às investigações. Frederic se apaixonou por Annie, esposa de seu primo, que foi internado num sanatório devido a problemas de depressão crônica. A mulher, não suportando a situação e o comportamento instaváel do marido, suicidou-se. Dizem que Myers passou o resto de sua vida tentando entrar em contato com sua amada, utilizando-se de médiuns para tentar obter comunicações. No entanto, outros dizem que mesmo antes da morte de Annie, em 1876, ele já havia decidido entrar no mundo da investigação psíquica; a ideia teria nascido em 1869, após uma conversa com Sidgwick.
As pesquisas cientificas que Myers realizou ao longo dos anos levaram-no a certeza da existência de uma vida após a morte, da continuidade da existência, a tal ponto que ele chegava a ansiar pelo momento em que partiria desse mundo.
Não foram poucos os cientistas da época que consideram Frederic Myers um dos pesquisadores da mente mais importantes do século, elaborando teorias fundamentais para o prosseguimento das pesquisas parapsicológicas. A própria "invenção" do termo telepatia é atribuida a ele, assim como a noção de considerar os fenômenos de alucinação, automatismo, dupla personalidade e mediunidade como partes conectadas de uma única coisa.
Sua principal obra é o livro A Personaldiade Humana e Sua Sobrevivência Após a Morte do Corpo, publicado postumamente. O texto chegou a ser utilizado pela Universidade de Madras como parte das aulas de Psicologia, nas faculdades de Filosofia e Letras. Trata-se de uma exposição dos poderess potenciais do "eu subliminar", que ele apresentava como sendo o verdadeiro ego, um amplo organismo psíquico, do qual a consciência comum nada mais é do que uma fração ocidental.
A teoria de Myers é considerada um ataque à postura espiritualista de então, ao entender que a maior parte dos fenômenos psíquicos (ou supernormais, como ele os chamava) não podia ser atribuída aos espíritos, como vinha sendo feito, mas sim ao espírito que ainda permanecia no corpo, ou seja, ao sujeito envolvido na ação propiamente dita. Ao mesmo tempo, a teoria lidava diretamente e realçava a probabilidade de continuidade de existência após a morte. Trata-se de uma postura científica que ressalta a necessidade de experimentos para compravação de cada caso.
Myers conheceu e se tornou grande amigo de Stainton Moses a partir de 1874 e, em 1894, participou de importantes experimentos com Charles Richet (1850-1935, premiado com o Nobel de 1913), Sir Olíver Lodge (1851-1940) e o polonês Julio Ochorowitz (1850-1918), envolvendo a médium Eusápia Palladino. Posterior, também examinou a médium em Paris, declarando-se convencido de que os fenômenos de telecinese e ectoplasmia apresentados por Eusápia eram genuinos. Apesar de sua participação nas experiências com médiuns, Myers não era um entusiasta dos fenômenos físicos.
Após a morte de Frederic Myers, uma série de médiuns afirmou ter recebido comunicações de seu espírito, inclusive por meio da famosa Lenore Piper (1857-1950). No entanto, as pesquisas dos cientistas confirmaram que as informações fornecidas não combinavam com o que se sabia a respeito de Myers, inclusive do conteúdo de uma carta que ele escreveu em 1891 e deixou com Sir Oliver Lodge, exatamente pensando em realizar um teste semelhante. A carta foi aberta em 1904, e seu conteúdo era totalmente diferente do que os médiuns diziam.
No entanto, em 1907, Eleanor Sidgwick afirmou ter encontrado provas por intermédio de Lenore Piper, que respondeu a questões sobre a última conversa ocorrida entre Eleanor e Myres; o conteúdo da conversa só era conhecido pela Sra. Sidgwick. Posteriormente, outras comunicações foram tidas como pertencendo a Myers, inclusive um relato extenso sobre os estágios da vida após a morte.
Independentemente de se considerar essas comunicações do espírito de Myres falas ou verdaderias, o que importa é que ele realizou um trabalho dos mais importantes, ajudando a estabelecer oas fenômenos psíquicos e espirituais como dignos de serem observados e estudados pela ciência.
terça-feira, 2 de setembro de 2014
Volta breve, Rubem!
Por Milton Moreira
Fórum Espírita
(Milton Rubens Medran Moreira é jornalista, advogado, escritor, pres. do Centro Cultural Espírita de Porto Alegre.)
Fórum Espírita
Rubem Alves (MG) - 1933-2014 |
O poeta e escritor Rubem Alves, mineiro de fala mansa e alma doce, que nos deixou, dias atrás, contava esta história: Sua mãe dava aula de piano. Um dia, uma amiga foi visitá-la com o filho de três anos. Ao entrar, o garoto, vendo o piano aberto com uma partitura, sentou-se ali e começou a tocar a música. O menino se chamava Nelson Freire, que se tornaria um dos maiores pianistas do mundo. garoto prodígio, aos quatro anos deu seu primeiro concerto.
Ao relembrar isso, Rubem, que tinha sido pastor presbiteriano e jamais encontrou respostas definitivas para as grandes questões da vida, sempre perguntava: Como um menino de três anos poderia ter aquele conhecimento todo sobre música? Ele próprio, quando criança,queria ser pianista. Mas gracejava, dizendo que não tinha recebido tal privilégio de Deus. Que a divindidade lhe havia dado outro talento: o de fazer música através da palavra, de suas crônicas, contos e poesias.
O poeta mineiro usava esse recurso de linguagem, dizendo que os dons, trazidos conosco ao nascermos, são privilégios concedidos por Deus a certas almas.
Na verdade, são conquistas individuais que a generosa lei divina, igual para todos, nos possibilitar alcançar, vida após vida, nessa caminhada rumo à plenitude. O próprio Rubem Alves comparavaa alma humana a uma borboleta que, antes de voar, tinha sido uma feia largata e passou por metamorfoses que a fizeram bela como é. "Aquele que experimenta a beleza está em comunhão com o sagrado", dizia.
Rubem deixou escrito que estava voltando para o mesmo lugar onde estivera antes de nascer e que, um dia, de lá há de voltar.
Que volte breve. Precisamos muito de almas assim.
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