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sábado, 18 de maio de 2013

O Novo Testamento

Por Haroldo Dutra Dias

INTRODUÇÃO

               O mercado editorial conta com inúmeras traduções do Novo Testamento, cada qual concebida e executada segundo necessidades do público leitor. Há aquelas elaboradas em linguagem popular, ao lado de outras elaboradas em estilo mais clássico, mas todas elas estribadas em pressupostos linguísticos, teológicos e pastorais específicos, ainda que não explicitados. 
                 Apresentar um novo projeto de tradução nesse rico panorama exige explicações.
                 Inicialmente, urge destacar que o presente trabalho não pretende diminuir ou invalidar o esforço e o primor das traduções existentes. Respeita as iniciativas precedentes  e almeja dialogar com todas elas, no intuito de enriquecer o leitor, o estudioso e o pesquisador bíblico com ferramentas diferenciadas, conquanto complementares.
                 As mais renomadas traduções disponíveis em língua portuguesa, entre elas a Bíblia de Jerusalém, a Bíblia do Peregrino, a Tradução Ecumênica da Bíblia (TEB), João Ferreira de Almeida, Nova Versão Internacional (NVI) constituem projetos que nasceram na Europa Continental e nos Estados Unidos da América, e só posteriormente foram traduzidos e adaptados ao publico falante deste idioma.
               Nesse caso, uma tradução projetada e implementada integralmente em língua portuguesa, não obstante eventuais deficiências, representa um esforço de contribuir para o aprimoramento dos estudos bíblicos, convidando todos os leitores, estudiosos e especialistas desta área a oferecerem seu contributo.
                  Foi utilizado o texto crítico dos manuscritos gregos.
                Cabe frisar, desse modo, que foram consideradas todas as recentes propostas da crítica textual contemporânea incluindo o impacto causado pelas descobertas de manuscritos ao longo do século XX. Por esta razão, aqueles versículos atualmente considerados como inserções tardias foram colocados entre parenteses, acompanhados da respectiva nota explicativa.
              É oportuno destacar, também, que as maiores descobertas de manuscritos gregos do Novo Testamento ocorreram entre 1780 e 1948, razão pela qual na segunda metade do século XX foram reunidas renomadas comissões bíblicas afim de lançarem novas traduções alinhadas com os recentes avanços da pesquisa bíblica.
                   Nesta primeira edição, o leitor encontrará a tradução dos evangelhos Mateus, Marcos, Lucas e João bem como do livro Atos dos Apóstolos, devendo aguardar futura edição completa, na qual estarão presentes os demais livros que compõem o chamado Novo Testamento.
                O projeto adota certas premissas metodológicas que carecem ser explicitadas a fim que não paire dúvidas quanto aos objetivos almejados, às estratégias adotadas e aos instrumentos utilizados em sua execução.
                 As recentes teorias da tradução postulam que elas podem ser classificadas em source oriented e target oriented, ou seja, orientadas para o texto fonte ou para o texto de destino. Essa classificação diz respeito aos dois caminhos que podem ser adotados pelo tradutor: levar o leitor a se identificar com determinada época e ambiente (texto fonte), ou tornar essa época e esse ambiente acessíveis ao leitor da língua e da cultura do texto traduzido, mediante estratégias de adaptação.
              Esse projeto de tradução deve ser classificado como source oriented, na medida em que pretende despertar o leitor para as características culturais da Palestina do primeiro século da era cristã.
               Dito de outro modo, nosso objetivo pé transportar o leitor ao cenário no qual Jesus viveu, agiu e ensinou, a fim de que escute suas palavras, seus ensinamentos como se fosse um morador daquela região. Ouvir a voz do Mestre Galileu em toda sua originalidade, vigor, riqueza cultural para compartilhar com ele a pureza genuína dos sentimentos espirituais superiores, eis nossa meta.               (CONTINUA)

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