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sábado, 19 de abril de 2014

O sentido espiritual da Páscoa

Por Eliana Ferrer Haddad
Correio Fraterno - Jan/Fev 2014


                        Com a aproximação das festas religiosas da Páscoa, é preciso lembrar que muito mais do que a fixação das imagens de suplício e de dor, do Mestre na cruz, devem prevalecer em nossas mentes os exemplos de amor que Ele deixou. Sua figura calma e serena e suas lições de felicidade e esperança, essas sim, devem fazer parte das nossas lembranças, convidando-nos à nossa renovação constante de todos os dias e não apenas nas datas comemorativas.
                        A verdade é que fazemos parte de uma história, cujas tradições e hábitos ainda estão fortemente arraigados em nós, que já passamos entre idas e vindas de tantas fazes de despertar e conhecimento espiritual. Por isso é bom saber os feriados "santos" de que desfrutamos.
                        Afinal, o que é a Páscoa?
                        De acordo com o Torá, os judeus preparavam todos os anos a ceia tradicional da Páscoa, relembando o êxodo do Egito dos seus antepassados em busca da Terra Prometida. Vinda da palavra hebraica pesach, a Páscoa quer dizer passagem, podendo significar passagem da escravidão para a liberdade, passagem da morte para a vida, do velho para o novo.
                        Para algumas escolas religiosas, a Páscoa encerra o sentido de ressurreição, isto é, a passagem da libertação do espírito para a Terra Prometida. Como preparo para essa época, há um período de 40 dias (quaresma) caracterizado por jejuns, penitências e reflexões; tristeza, dor e luto, abstin~cnia de carne e longas orações.
                        Bastante suavizada pela Igreja a partir dos anos 1960, por ocasião do Concílio Vaticano II, essas práticas aos poucos vão sendo substituídas pela maior preocupação de se passar aos fiéis o sentido de transformação da morte em vida, como verdadeiro sentido da Páscoa, a ressurreição do amor universal.

                       A resssureição de Jesus

                       Como espíritas, sabemos que a ressurreição de Jesus se refere apenas ao seu aparecimento através de seu perispírito (corpo espiritual) materializado ou não, após a morte de seu corpo físico, afinal Ele mesmo dissera que não teria vindo para derrogar as leis, no caso as divinas, eternas e imutáveis. A Páscoa para nós representaria, então, o retorno de Jesus à vida espiritual, interessando-nos muito mais as lições que Ele deixara através de tantos exemplos, do que as festas, cerimônias e rituais que foram instituídos para recordar sua passagem terrena.
                       Diante das comemorações da Semana Santa, vale a pena salientar, contudo, algumas considerações oportunas sobre o assubnto, à luz da doutrina espírita.
                       Praticar o jejum ou aplicar uma mancha de cinza no corpo, por exemplo, de forma alguma apagarão  "pecados" ou outorgarão virtudes, algo que é de teor interno, do espírito, e que somente nós mesmos conseguiremos no decorrer de nossas várias experiências, como muito amor, esforço e trabalho.
                       Os apóstolos de Jesus também, por exemplo, não eram adeptos do jejum, como estabelecia a tradição judaica da época, tendo o Mestre inclusive comentado que o que de fora entra no homem não pode contaminá-lo, porque não entraria no seu coração, mas no seu ventre, e de lá seria portanto lançado fora, nada lhe restando na essência espiritual.
                      Jesus ensinou mesmo que é o que sai do coração do homem que contamina e não o que entra pela boca. É que do interior do coração saem os maus pensamentos, as avarezas, a idolatria, a inveja,a  blasfemia, a soberba e a loucura, afastando-o de Deus. (Leia-se Marcos 7:13-23) (CONTINUA)

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