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sábado, 31 de maio de 2014

Caridade, a filha dileta do amor

Por F. Altamir da Cunha
RIE - Fev 2013
"Saulo, Saulo, por que me persegues?!


Toda assistência que dispensarmos a alguém será uma ação meritória, mas não necessariamente caridosa se não for 
inspirada no amor 

              Se perguntássemos o que é a caridade, com certeza seriam apresentados vários conceitos, suficientes para enlevar e emocionar qualquer pessoa. Em termos práticos,  seriam citados: doação de pão para mitigar a fome, de roupa para vestir o nu, desprendimento dos bens que possuímos em favor dos necessitados, ou até mesmo o sacrifício da própria vida em favor do próximo.
                    Sem sombra de dúvida, a caridade poderá refletir-se na prática de todas estas ações, mas nem sempre elas atestam a prática da verdadeira caridade.
                 Na literatura árabe é conhecida a afirmação de que Deus valoriza mais o advérbio  do que o verbo em si. Isso nos conduz a uma profunda reflexão, por sabermos que o verbo representa ação, e o advérbio o modo como a realizamos; ou seja, é o sentimento que move o agente à prática da ação.
                    O amor é um sentimento, e porque não dizer, o mais puro sentimento! Daí concluirmos que toda assistência que dispensarmos a alguém será uma ação meritória, mas não necessariamente caridosa se não for inspirada pelo amor, pois a caridade é o amor em ação. Esse entendimnto não é sem lógica ou sem respaldo, ele é o mesmo sustentado por Paulo de Tarso em I Coríntios 13: 1-8. Paulo disserta de forma simples, mostrando o que é e o que não é caridade, na tentaiva de fazer-nos compreender que ela não pode ser dissociada do amor:

                      a) O que não é caridade?
               1. "Ainda  que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o címbalo que retine."
              2. "E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor nada seria."
                 3. "E ainda que distribuísse todos os meus bens para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria".  

                  É inegável que muitas vezes ações generosas podem se manifestar, com o propósito de minimizar as provações de um indivíduo ou de uma coletividade, mas é comum essas ações serem apenas circunstanciais. A caridade legítimas é praricada com abnegação, independe de circunstâncias e é surda à voz dos interesses mesquinhos; somente o amor pode inspirá-la.
                 Paulo não desconhecia a astúcia dos que praticam a caridade de fachada, em lugar de promovorem a caridade, se promovem com o nome da caridade, por isso advertiu que nada adiantaria falar  a língua dos homens e dos anjos, ter o dom da profecia os distribuir os bens para o sustento dos pobres, se não tivesse amor. Somente com amor é possível vencer as barreiras da vaidade e do egoísmo para praticar a caridade sem a mescla dos interesses pessoais.

                           b) O que é caridade?
                            4. "O amor é sofredor, é benigno, o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se enobrece,"
                          5. "não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal;"
                             6. "não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade;
                             7. "tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."
                    8. "O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá;"

                            Paulo exaltou a benignidade do amor e reconheceu-o como incompatível com a inveja, a vanglória, a irritação, a injustiça ou quaisquer outros vícios ou fraquezas humanas. Não poderia ser diferente; todas as fraquezas humanas são sombras transitporias que habitam a alma enquanto nela nçao desoperta a luz divina do amor.
                            O apóstolo dos gentios atestou a perenidade do amor quando afirmou que ele jamais se acaba.
                              O amor é a presença do Criador na criatura; quem verdadeiramente ama tem a certeza de que tudo passará, mas o amor permanecerá; assim compreendendo tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta, mas não desiste de praticar a caridade. Finalzia Paulo ensinando que o amor dispensa profecias, língua e ciência.
                              Não há quem possa contestar, o amor é um sentimento transcendente e atemporal que foge a qualquer limitação da matéria. No amor, passado, presente e futuro se fundem num só estado - o pleno conhecimento; nesta condição, é dispensável a profecia, o dom de línguas e a ciência dos homens.
                                Ante essa excelsitude do amor e sua filha dileta, a caridade, foi que Tiago ensinou: "Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta", e a Doutrina Espírita instituiu como estandarte: "Fora da caridade não há salvação".  

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