(Chico Xavier)
Proclamar as próprias convicções, notadamente diante das criaturas que se nos façam adversas, é coragem da fé, no entanto, semelhante afirmação de valor não se restringe a isso.
O assunto apresenta outra face não menos importante: o desassombro da tolerância pelo qual venhamos a aceitar os outros como os outros são, sem recusar-lhes auxílio.
Cunhar pontos de vista e veiculá-los claramente é sinal de espontaneidade e franqueza, marcando alma nobre.
Compreender amigos e adversários, simpatizanets ou indiferentes do caminho, estendendo-lhe paz e fraternidade, é característico de paciência e bondade, indicando alma heróica.
Demonstra a própria fé, perante todos aqueles que te compartilham a estrada, mas não deixem de amá-los e serví-los, quando se patenteiam distantes dos princípios que te norteiam.
Reportamo-nos a isso, porquanto, junto dos companheiros leais, surgirão sempre os companheiros difíceis.
Esse, de quem esperavas testemunhos de amor e bravura nas horas graves, foi o primeiro que te deixou a sós nos momentos de crise; aquele, em cujo coração plantaste sinceridade e confiança, largou-te ao ridículo,quando a maioria mudou, transitoriamente, de opinião; aquele outro, a quem deste máximo apreço te retribuiu com sarcasmo; e aquele outro ainda é o que te criou problemas e inquietações, depois de lhe haveres dado apoio e vida.
(Do livro Mãos Unidas)
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