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sexta-feira, 30 de maio de 2014

PINGA FOGO

Por Richard Simonetti
RIE - Abril 2014

 Evangelho - 150  III

1. Nos 150 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo, que comemoramos neste mês, o que você destacaria nesta orba básica?
A par da análise racional e criteriosa dos textos evangélicos, destacaria as sete manifestações assinadas pelo Espírito de Verdade, a começar pela que Kardec inseriu na abertura, uma exaltação dos objetivos da Doutrina Espírita.

2. Quem é o Espírito de Verdade?
Pelo contexto  percebe-se que essas mensagens emanaram da esfera do Cristo, transmitidas por intermediação, porquanto não temos na Terra nenhum médium em condições de receber o pensamento de Jesus. Trazem advertências quanto ao tempo de transformação da Humanidade, convocam os servidores de boa vontade, alertam que todos enfrentamos dores e atribulações próprios de nosso planeta e, sobretudo, estimulam os homens de boa vontade ao ingente esforço pela edificação do reino de Deus.

3. Há algo específico para os espíritas?
Sim, numa observação a nós dirigida, no capítulo VI: Espíritas, amai-vos, este o primeiro mandamento; instruí-vos, este o segundo. O Espírito de Verdade sabia bem do que estava falando, porquanto os dois grandes problemas que afetam qualquer movimento de ideias são as dissenções - ausência de amor - , e as fantasias - carência de instrução.

4. Os espíritas cumprem esses mandamentos?
Fala-se que os espíritas odeiam-se amorosamente e que o Espiritismo expande-se não por multiplicação, mas por divisão. O adepto briga aqui, funda um Centro Espírita ali, funda outro acolá. Considere-se, entretanto, que o problema é do ser humano, não do nosso movimento. O Homem é um ser orientado pelo egoísmo, habituado a conjugar o verbo de suas ações na primeira pessoa do singular - eu. Onde todos desejam impor-se fica dificil conviver.

5. Qual a solução?
Combater o egoísmo, conjugar o verbo de nossas ações na primeira pessoa do plural - nós -  e deixar de nos comportarmos como crianças indisciplinadas que dizem "não brinco mais", porque os companheiros não fizeram o que desejavam, como ocorre com muitos espíritas que abandonam suas tarefas em virtude de problemas surgidos na instituição da qual participavam, como se seus compromissos fossem com os homens e não com Deus.

6. E quanto ao segundo mandamento?
É fundamental para mantermos a unidade do pensamento espírita, no que se convencionou chamar de pureza doutrinária. Há muitos Centros fazendo um Espiritismo à moda da casa, por descuidarem seus dirigentes do elementar cuidado de estudar as obras básicas, principalmene na prática mediúnica, onde surgem fantasias passíveis de agitar o Codificador na sepultura.

7. Essas fantasias trazem prejuizos ao movimento espírita?
Enquanto restritas a pequenos Centros, com inexpressiva representatividade, situam-se como mero folclore, sem maiores consequências. O problema é quando são sustentadas por médiuns conceituados, que entram pelo terreno da fantasia a pretexto de trazer revelações, estabelecendo movimentos paralelos que gravitam em torno de sua influência equivocada.

O que está faltando?
Disposição para participar do movimento de Unificação da Doutrina, a partir de uniões municipais e estaduais. Unidos em torno dos princípios espíritas resistimos melhor às investidas das sombras que pretendem semear a discórdia e a fantasia, a fim de nos afastar das metas desejadas. Oportuno lembrar uma observação do Espírito de Verdade, ao falar dos Obreiros do Senhor, no capítulo XX: Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra", porquanto o Senhor lhes dirá: "Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra".
(Fim dessa entrevista com Richard Simonetti, sobre o Evangelho )

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