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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Antes da crise

Por Emmanuel

(Chico Xavier)


              No ápice das grandes provações, muitas vezes, tumultuam-se os que anseiam compartilhar da prestação de serviço. Ante um naufrágio, aparecem os candidatos ao concurso, lançando petições inconsideradamente ou improvisando salva-vidas com os inadequados recursos que encontram.
              Se um incêndio devora uma casa, comprometendo-lhe a segurança, habitualmente, eis-nos lépidos na ação, quase sempre descontrolada, para que o fogo se extinga. Felizmente que assim é da solidariedade nas horas difíceis.
              Bentidos sejam os braços tocados de amor fraterno que se dedicam à elevada missão do bem. Entretanto, na culminância das grandes tribulações, ser-nos-á lícito meditar na importância do auxílio das horas de paz.
              É impossível que as águas invasoras de uma represa esbarrondada nunca saíssem do leito, criando dificuldades, se alguém houvesse espontaneamente corrigido a obscura brecha inicialmente  surgida na construção.
              Certos prédios talvez jamais se precipitassem no solo, ocasionando prejuízos enormes, se alguém  houvesse ajudado com humildade a retificar, na planta que lhes deu origem, esse ou aquele diminuto erro de cálculo.
             Sabemos que as leis cármicas são positivas, no entanto, não desconhecemos que o amor e a renovação lhes refazem os efeitos. Pensemos nisso, afim de valorizar os donativos de cooperação considerados mínimos.
             Pequena demonstração de bondade pode sustar o braço quase delinquente, impedindo o suplício de vastos grupos domésticos. Um  gesto de compreensão é capaz de obstar a queda de alguém na toxicomania, evitabdom ilhars de dias amargos para diversas pessoas. Algumas horas de diálogo amigo, em muitos casos, apaga a ameaça de suício iminente, imunizando centenas de criaturas contra o pessimismo e desânimo.
           Singela colaboração amoedade é suscetível de apaziguar uma família em penúria, frustrando aflitivas provas no nascedouro. A grande crise, no terreno individual, ou coletivo, em muitas circunstâncias, define-se como sendo a grande soma das nossas pequeninas omissões na prática do bem, gerando a condensação do mal.
           Justo nos comovamos, dispondo-nos a suprími-la onde apareça, entretanto, importa refletir no valor das nossas pequeninas doações de auxílio e compreensão, antes dela.         

                           (Do livro Mãos Unidas)                                                                                             

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