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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Paixões pertubadoras

Por Lucy Dias Ramos
RIE - Fev 2009

Lucy Dias Ramos (MG)

"Tudo o que se eleva para a luz
eleva-se para a liberdade.
Esta se expande plena e inteira na vida superior"
                            Léon Denis (1)

                               A busca da felicidade é a grande meta do homem.
                               Todos os prazeres do mundo são regulados por leis morais que estabelecem limites em função das reais necessidades humanas e dos anseios de nossa alma. Transgredir estes limites é buscar nos excessos das paixões e das perturbações inferiores, o sofrimento e a dor.
                            Portanto, somente somos felizes quando agimos coerentes com a lei divina ou natural. Se a infringimos, sofremos as consequências de nossos atos.
                             Somos livres para escolher nossos destinos. Fomos criados simples e ignorantes das leis que regem os mundos e cresce nossa responsabilidade de escolha na medida em que adquirimos o conhecimento e a liberdade.
                           "O Espírito só está verdadeiramente preparado para a liberdade no dia em que as leis universais, que lhe são externas, se tornem internas e conscientes pelo próprio fato de sua evolução. No dia em que ele se penetrar da lei e fizer dela a norma de suas ações, terá atingido o ponto moral em que o homem se possui, domina e governa a si mesmo". (2) 
                     Ao atingir este estágio, seu senso moral indica o que lhe convém e seu nível ético estabelece o que deve ou não fazer, como seguir sua vida sem prejudicar ao próximo, suas tendências inferiores poderão ser controladas e vencidas, se ele assim o desejar...
                            O termo paixão não deve ser usado apenas de forma pejorativa, como falta ou atitude perturbadora da ordem moral ou social. Genericamente, paixão é um sentimento excessivo em torno de um ideal, objeto material ou de alguém. Alguns a denominam, quando em excesso, como amor desequilibrado, afeição intensa com características de parcialidade e exclusivismo. Como todo excesso é prejudicial, foge à linha da normalidade, temos que analisar mais amplamente por que tantos sucumbem ao seu domínio. Nesse ponto ela se torna viciosa e denota inferioridade moral. 
                           Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, no capítulo XII, a partir da questão 907, faz uma abordagem muito imoportante emn torno deste assunto, que passaremos a analisar a seguir:
                            Esclarece inicialmente que a paixão em si mesma não é um mal. A paixão está no excesso provocado pela vontade, pois o "princípio da paixão" - aqui significando "amor intenso em torno de" - foi dado ao homem para o bem, e as paixões podem conduzí-lo a grandes realizações.
                              Na questão 908, indaga:
                          "Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas para se tornarem más?
                             R - As paixões são como um cavalo, que só tem utilidade quando é governado e que se torna perigoso quando passa a governar. Reconhecei, pois, que uma paixão se torna perniciosa a partir do momento em que não mais conseguis dominá-la, resultando num prejuízo qualquer para vós mesmos ou para os outros." (3)
                              Com este pensamento podemos dizer que as paixões, quando bem direcionadas, são propulsoras do progresso e ajudam a lei de evolução. Portanto devemos dominá-las e não permitir que elas nos dominem.
                              As paixões têm um princípio na natureza do ser, não sendo um mal, segundo a visão espírita, porque impulsiona o ser humano a desenvolver em si mesmo a busca do bem, sendo uma das condições providenciais de nossa existência.
                              Em nosso estágio evolutivo, se nos deixarmos arrastar pelos excessos, seremos levados ao desequilíbrio com sérios comprometimentos, tornando-nos egoístas e derrapando para as paixões inferiores, com atitudes perturbadoras da paz e do amor. (CONTINUA)

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