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sexta-feira, 18 de julho de 2014

O legado de Yvonne Pereira




        Dentre os grandes escritores espíritas que através dos tempos nos brindaram com obras de cunho moral e de grandes ensinamentos doutrinários, temos que colocar o nome de Yvonne do Amaral Pereira. Foi uma grande divulgadora da Doutrina e do Movimento Espírita do  Brasil. 






       De notável mediunidade, atuou durante muitos anos como médium receitista, orientada por  Bezerra de Menezes e outros grandes vultos do espiritismo, auxiliando a todos aqueles que a procuravam em busca de um lenitivo para os seus males do corpo e da alma.
       Tinha verdadeira paixão pelo trabalho em prol dos suicidas. Em suas preces diárias e em suas obras, especialmente Memórias de um Suicida, buscou ajudar aqueles que, em desespero, tentaram ou atentaram contra a própria vida, comprometendo severamente a evolução espiritual que todos buscamos.
       Grande estudiosa do Evangelho e das obras Espíritas, teve inúmeros trabalhos e artigos publicados na revista Reformador. Era uma preletora de admirável valor, tendo proferido palestras em diversos Centros e Casas Espíritas, sempre com a mesma dedicação com que atendia a todos em seu trabalho do dia-a-dia.
       Estudiosa que era, Yvonne Pereira sabia como poucos o Esperanto e através destes conhecimentos, comunciava-se com muitas outras pessoas do exterior, sempre em busca de novos aprendizados.
               Sua vida foi intensa em favor do próximo. Deixou-nos um legado composto por várias obras de grande significado e ensinamentos, através de seus livros mediúnicos publicados pela Federação Espírita do Brasil.
                Tanto o romance quanto as histórias que psicografou e publicou, foram ditados e orientados por grandes vultos do Espiritismo como Bezerra de Menezes, com quem teve maior contato, seja pela psicografia, seja pelos atendimentos diários, Léon Denis, Camilo Castelo Branco, Léon Tolstoi e muitos outros.
                 Cada uma das obras de Yvonne Pereira mostra uma particularidade do mundo invisível e uma grande lição a ser aprendida e vivida.
                  Seus 12 livros publicados pela FEB estão assim distribuídos: Devassando o Invisível e Recordações da Mediunidade, narram suas experiências quando em desdobramento; nesta experiências, foi sempre assistida pelso Espíritos Bezerra de Menezes e Charles. O Cavaleiro de Numiers, Drama da Bretanha e Nas Voragens do Pecado, os dois primeiros esboçados por Roberto de Canalejas foram concluídos depois de 40 anos anos por Charles. Memórias de um Suicida, ditado por Camilo Castelo Branco, que muito tem a ver com suas obras quando encarnado e, segundo Francisco Cândido Xavier, é o melhor livro que retrata o umbral. Ressurreição e Vida, livro de contos ditado por Léon Tolstoi, Nas Telas do Infinito, traz em sua parte primeira uma história de Bezerra de Menezes e, na segunda, uma novela de Camilo Castelo Branco, retratando uma narrativa recheada de emoções, sobre um castelo mal-assombrado. A Tragédia de Santa Maria relata uma história de amor e Dramas da Obessão, os dois ditados por Bezerra de Menezes. Amor e Ódio narrativa sobre o Espírito Gastão de Saint Pierre, ditada por Charles. Sublimação, que trata das implicações morais e as danosas consequências do suicídio, refletida na vida além-túmulo.
              Além das obras publicadas, Yvonne Pereira nos legou outras obras de interesse como Evangelho aos Simples, A Lei de Deus, Contos Amigos, Pontos Doutrinários, O Livro de Eneida e A Família Espírita.
                 Jorge Rizinni, citado por Augusto Marques de Freitas, secretário do Centro Espírita Yvonne Pereira, conta-nos que ela teria escrito mais 10 livros infanto-juvenis, ditados por Bezerra de Menezes e que se acham guardados há pelo menos 20 anos nos arquivos da FEB. Quem revelou isso a Rizinni foi a própria médium.
                  Yvonne Pereira tinha um temperamento tímido que lhe dificultava o relacionamento, porém, não foi impecilho ao trabalho árduo e profícuo desta alma generosa e dedicada.
                 O pai de Yvonne era funcionário público, tendo que se mudar constantemente, por força da profissão. Assim morou em Lavras, Juiz de Fora, Pedro Leopoldo e Coronel Pacheco,  em Minas Gerais, e Barra do Piraí, no Rio de Janeiro. Por todas essas cidades que passou, exerceu cargos ligados à assistência social, além do trabalho mediúnico ao qual se dedicou incessantemente.
                   Além do  imenso legado de Yvonne Pereira, vários acontecimentos de sua visa merecem ser destacados. Logo aos 29 dias de vida foi acometida de catalepsia e, no estado letárgico que ficou, quase foi enterrada viva. Aos cinco anos de idade já via e conversava com os espíritos e aos 10 anos já assistia a reuniões mediúnicas. Aos doze seu pai deu-lhe O Livro dos Espíritos e O Evangelho Segundo o Espíritismo, começou a estudar e não mais parou.
                     No dia 10 de julho de 1989, o Centro Espírita Yvonne Pereira recebeu uma carta na qual o subescritor narrava que, desesperado, pensava em dar fim a sua vida quando, uma senhora idosa, bem trajada e sorridente, apareceu e disse-lhe: "Meu nome é Yvonne do Amaral Pereira. Sei o que pensas fazer. Desista. Escreva uma carta para o Rio das Flores/RJ, que de lá receberá ajuda". Além de dissuadí-lo ao suicídio, Yvonne ainda lhe incutiu o respeito pela vida e a grandiosidade deste privilégio.
                    Na elaboração de suas obras, Yvonne Pereira comumente era conduzida pelos mentores ao além, para depois poder passar para o papel, a mensagem do plano espiritual.
                       Reencarnou em 24 de dezembro de 1900  e desencarnou em 9 de março de 1984. 
(Dados prestados por José Carlos Branco)

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