B L O G DOS E S P Í R I T O S

sábado, 12 de julho de 2014

Sugestões da Parábola

Por Emmanuel
(Chico Xavier)

      Habitualmente, recorremos à parábola do bom samaritano tão só para exaltar a generosidade daquele viajante de alma nobre, à frente do irmão menos feliz; forçoso, porém, salientar a expectativa humana com as reflexões que o companheiro tombado no infortúnio articulava decerto. 
      Com que ansiedade aguardria o socorro preciso!...
      Tendo visto o sacerdote e o levita que passaram de largo, possivelmente, perguntou a si mesmo de que valeria a cultura e a preparação espiritual deles se o abandonavam ao próprio desvalimento; e, observando o samaritano que se aproximava, não indagou quem era ele, o que era, o que sabia, o que  detinha ou para onde se encaminhava... Com os olhos, suplicou-lhe amparo e, no silêncio do coração, agradeceu-lhe a benção dos braços estendidos.
      A narração de Jesus fala de dois homens evidentemente qualificados para a prestação de serviço, que se deram pressa em afastar-se, no resguardo das próprias conveniências, e menciona outro, completamente desconhecido, que se consagrou ao mister da solidariedade; com isso, o Divino Mestre nos conclama a todos para as tarefas do auxílio mútuo.
      Bastas vezes, perante os acidentados e espoliados do corpo e da alma, formulamos escapatórias, no só intuito de sonegar os tributos naturais da fraternidade. Em várias ocasiões, instados ao socorro por aqueles companheiros de experiência que sofrem muito mais que nós, repetimos displicentemente: "quem sou eu?", "não presto", "sou um fardo de imperfeições" ou "quem me dera poder!"...
     Situemo-nos, porém, no lugar e na angustiosa expectativa do irmão caído na estrada e reconheceremos que Jesus nos espera como somos e como estamos para servir, porqanto, servindo, acabaremos aprendendo que todos somos filhos de Deus e que, se hoje desfrutamos o privilégio de dar, talvez amanhã estejamos com a necessidade de receber. 
(Do livro Mãos Unidas)

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