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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Alerta aos tarefeiros espíritas

Por Vania Mugnato de Vasconcelos

Dizem - tenho cá minhas dúvidas - que os espíritas são apenas 3% da população brasileira. No entanto, muitos que se dizem de outras religiões ou que não as seguem, buscam os centros espíritas para sanar dúvidas existenciais, resolver problemas espirituais e até de saúde.

Não raro a procura do centro espírita por estas pessoas resulta de salto dado da descrença nos conceitos espíritas para a curiosidade parcialmente saciada por leituras de obras mediúnicas romanceadas, passando a, enfim, buscarem a fonte do conhecimento e da informação direatamente nas instituições onde há pessoas preparadas - os tarefeiros espíritas - para lhes esclarecerem os questionamentos da alma.

É nesse ponto que desejo focar a atenção. Um leigo e normalmente sofredor do corpo ou da alma, ao buscar pela primeira vez o centro espírita, geralmente não conhece ninguém, não sabe se suas dúvidas são plausíveis, não imagina o que encontrará.

Em muitos seres humanos há uma timidez natural diante do desconhecido, e os que se encorajam a ir ao centro podem não se sentir tão confortáveis em dar o primeiro passo na direção de um trabalhador da casa, para pedir orientações quanto aos que o levou até aí. E nem deveriam precisar fazê-los.

É obrigação do tarefereiro, do servidor espírita, receber todas as pessoas, novas e antigas na casa, com amor e simpatia fraternal. Se quem chega for conhecido, o cumprimento gentil é um estímulo ao retorno. Se desconhecido, um "sede bem vindo" abre a possibilidade de comunicação para que a pessoa possa ser orientada e possa se abrir em suas necessidades.

Há dias um amigo me disse que jamais esquecerá quando, recém chegado no CE, o convidei a fazer parte de um grupo o qual hoje coordena. E o mesmo aconteceu comigo que fui recebida no centro, após mudar de cidade, com o mesmo carinho que ofertei depois e que me leva a ser trabalhadora lá há uma década.

No entanto, não muito depois, coincidentemente, outra pessoa me pediu orientação, pois indiquei-lhe procurar um centro para conversar, e o feedback que ofereceu foi que "ninguém falou comigo, fiquei sem graça de falar com alguém, assisti a palestra e fui embora". Compreendem o que de negativo há nessa situação?

O trabalhador da seara espírita precisa entender que nem todo mundo sabe o que ele sabe; deve recordar que trata com pessoas que estão com problemas buscando soluções que desconhecem se existem e que os abalam. Um simples sorriso de boas vindas é suficiente muitas vezes para atrair permanentemente ao Espiritismo uma pessoa hoje necessitada, que amanhã, mais equilibrada e cheia de fé, será trabalhadora como os outros.
Não podemos viver a indiferença pregando a fraternidade. Isso é uma contradição gigantesca que beira a hipocrisia. Sejamos a diferença na vida daquele que o "destino" trouxe até nós. Recebamos com fraternidade ativa os que procuram a casa espírita, estimulando-os a conhecer a doutrina dos espíritos, bendita seara que traz luz aos nossos caminhos.

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