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Carlos de Brito Imbassahy |
(Espiritismo & Ciência , nº 57)
"A existência do perispírito tem gerado algumas controvérsias no meio espírita,
fazendo surgir diversas opiniões a respeito.
Aqui, Carlos de Brito Imbassahy apresenta uma visão do aspecto científico que envolve a questão."
Um tema que tem gerado uma série de controvérsias no meio espírita é a existência do perispírito. Cada qual com sua opinião dita controversa. Sem dúvida, o primeiro estudioso da vida psíquica a admitir a existência de um campo intermediário entre o Espírito e seu corpo material, também conhecido como soma, foi Allan Kardec, o codificador da doutrina dos espíritos, quando, pela primeira vez (1854-1855), apresentou sua tese encarnatória a respeito da vida animal - mais especificamente, humana - mesmo antes de a própria ciência admitir que nada existe no domínio material sem que a ele corresponda um agente estruturador, externo, já que, por si só, a energia cósmica fundamental (denominada de FCU por Newton) jamais seria capaz de se alterar para dar origem a um corpo material, fosse qual fosse. E esse agente estruturador, para que possa atuar sobre a energia, forçosamente tem que possuir um campo estrutural, tal como o magnético do imã para agir sobre as limalhas de ferro e de níquel.
Todavia, o grande problema de Kardec, à sua época, foi ter que usar a linguagem vigente, a qual, atualmente, pode perfeitamente ser resgatada, desde que se atualizem os conceitos, porque os fatos são os mesmos.
Assim, como foi dito, o que atualmente conhecemos como energia fundamental da formação do universo, naquele tempo, fora chamado de "fluido cósmico universal" por Sir Isaac Newton (1671), que admitiu que o espaço cósmico não poderia ser vazio e que existiria um meio pelo qual a luz poderia se propagar, como a luz do Sol, chegando até nós. O FCU, como pseudofluido, teria propriedades inerentes à sua condição especial: seria inextensível, incompreensível, imponderável e não ofereceria qualquer tipo de atrito à passagem da luz.
Como se vêm não poderia ser um fluido. Enfim, por falta de mais conhecimentos, assim ficou conhecido.
Mas temos que considerar que, naquele tempo, não se sabia da existência de algo além da molécula e, portanto, dos aludidos fluidos; assim, o que não fosse material, não sendo sólido, evidentemente seria fluido. Só em 1900 é que Max Planck (1858-1947) com usa teoria quântica - já se servindo dos estudos do átomo de J.J. Thomson (1856-1940) -, admitiu a existência da energia como fundamento das "formas" presentes no universo, como não sendo fluido.
As últimas edições das obras de Allan Kardec revista e atualizadas pelo seu autor datam de 1868 (Edições Lacroix). Nessa época, ainda não se sabia que o FCU era, na verdade, uma energia amorfa, fundamental. Também não se sabia que a molécula se decompunha em átomos e partículas elementares, e não se supunha que tais partículas fossem energia condensadas. Por esse motivo, quem assim se referisse seria tido como outro Jules Vernes, com sua literatura empírica. Kardec, para estruturar uma doutrina filosófica de caráter científico e para estudar a vida como consequência do processo encarnatório, tinha quer ser concreto em sua linguagem; afinal, não se tratava de uma de ficção científica.
O estudo científico da existência do perispírito anunciado por Kardec só teve origem com pesquisadores italianos, fascistas, financiados pelos nazistas, durante os últimos anos da Segunda Guerra Mundial (1944-1945); tal estudo é conhecido como o "bebê de proveta", e encontramos referências dessas ´pesquisas no livro do Dr. Hernani Guimarães Andrade (1913-2003 intitulado Novos Rumos à Experimentação Espírítica. (continua amanhã)
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