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PARÁBOLA - Em uma oficina trabalhavam dois ferreiros, sendo um experiente e o outro inexperiente. O experiente, por saber a hora exata de esfriar junto à água a peça de metal aquecida, tem como resultado final de seu trabalho sempre obras belas e úteis aos homens, mas o ferreiro inexperiente, por não conhecer plenamente a profissão e não saber o momento em que o lingote (barra de metal aquecido) deve ser resfriado, acaba por sempre produzir panelas com furos no fundo, talheres tortos e demais materiais inutilizados. O ferreiro inexperiente não sabia por que sua tentativas eram sempre frustradas, por isso foi ao mais experiente e lhe perguntou:
- Caro colega, você que tem mais conhecimento que eu, me diga onde estou errando para que minhas criações fiquem desta maneira?
O mais experiente, por sua vez, lhe respondeu:
- Meu jovem amigo, existem dois motivos para elas estarem sendo inutilizadas. Primeiramente, percebi que suas peças de metal têm sido tiradas do fogo antes do tempo ideal, deste modo acabam ficando pouco maleáveis e não ganhando a forma que você lhes deseja dar, por isso seus talheres ficam tortos. Em segundo lugar, você malha pouco o lingote contra a bigorna (esclarecendo que malho é um grande martelo utilizado por ferreiros), de modo que quando você esfria o metal aquecido ele não esta suficientemente prensado, tendo como consequência uma resistência muito baixa e é por isso que suas panelas têm furos no fundo.
Após essas orientações recebidas, o ferreiro inexperiente melhorou bastante a qualidade de suas obras, conseguindo inclusive equiparar suas criações às do experiente.
Esta é uma parábola que fala sobre humildade e sobre perfeccionismo . Aqui, as peças de metal a serem aquecidas, malhadas e depois resfriadas são semelhantes aos atributos do coração humano, suas virtudes. Os resultados finais do trabalho dos ferreiros representam as obras boas ou más que os seres humanos fazem.
Para entendermos a parábola acima é importante observarmos as orientações dadas pelo ferreiro experiente. Ele diz ao seu colega de profissão que para se ter bons resultados, ou seja, para se fazer boas obras, necessário não tirar antes do tempo o metal do fogo. Isso significa que é necessário que tenhamos os sentimentos preparados pelo fogo abrasador das provas terrenas para estarmos aptos a realizar boas obras com constância. Em algumas situações desejamos sair e nos esquivar destas provações, nos esquecendo que somente aos passarmos por tais experiências estaremos habilitados a alçar voos maiores.
No início da parábola o ferreiro inexperiente acreditava possuir os atributos para produzir obras obras, mas os resultados de seu trabalhos mostravam que ele ainda precisa aprender mais, ou seja, as boas obras que ele desejava realizar acabava por se tornar obras inúteis, simbolizadas pelos utensílios furados e tortos. Assim é também quando acreditamos ter desenvolvido totalmente os sentimentos de amor, de caridade, do bem ao próximo, de humildade, etc. Na ânsia de alcançarmos a perfeição relativa que nos é possível, acabamos por esquecer que para sermos mais felizes é importante trilhar bem o caminho que nos é colocado adiante e não necessariamente nos fixarmos ao "destino final". Muitas vezes nos decepcionamos ao alcançarmos aquele destino idealizado por nós, ou desenvolvermos distúrbios pelas impossibilidade imediata de chegar a ele.
Felizmente o ferreiro inexperiente não escondia os resultados falhos de seu trabalho, pois somente assim o mais experiente pôde orientar com segurança seu pupilo. Isso quer dizer que reconhecer os erros é um grande passo que damos em direção à redenção. Será que o veterano daria bons conselhos se o novato escondesse as panelas furadas e os talheres tortos?
(Este texto foi extraído do Boletim Raio de Luz, dez 2012,
do Centro Espírita André Luiz - Guará I- DF)
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