
Desde a época da renascença cultural, a arte tem sido inspirada por modelos de um homem-Jesus com finos e belos traços, olhos azuis e cabelos com matizes de louro. Conquanto esse arquétipo mental continue dominando o psiquismo de grande parte da cristandade até os dias atuais, não existem evidências histórico-científicas que confirmem tal pressuposição.
Sob o rigor do método científico, a carta dirigia pelo senador Públio Lentulus - personagem ainda não identificado pelos historiadores - ao imperador romano Tibério contendo uma descrição física e moral de Jesus, tem sido considerada apócrifa, por ora.
De igual modo, a autenticidade de O Sudário de Turim - o lençol de linho longo e desigual que exibe a imagem, frente e costas, de um individuo crucificado, a qual muito acreditam pertencer a Jesus - tem sido duramente contestada por renomados pesquisadores, sobretudo em função dos resultados de testes com o carbono-14 feitos em fragmento do Sudário, que não demonstraram uma datação compatível com o século I. O assunto da legitimidade do Sudário ainda carece de maiores verificações científicas para lograr concordância na comunidade cientifica.
Além disso, nenhum dos oito autores - nove para os exegetas que não consideram Paulo como o autor das Epístolas aos Romanos - dos 27 livros que compõem o Novo Testamento oferecei qualquer informação direta quanto aos aspectos corporais de Jesus, levando muitos pesquisadores a acreditarem que a feição de Jesus não apresentaria diferenças em relação aos traços faciais característicos do grupo étnico hebreu da região da Judeia, como pode, por exemplo, ser inferido pela análise dos relatos evangélicos sobre a prisão de Jesus no Jardim do Getsêmani. Naquela ocasião, os soldados do Templo de Jerusalém não conseguiram distingui-lo dentre os demais discípulos, sendo necessária a autodenominação feita por Jesus e o beijo de Judas Escariotes, para que se o identificassem sem equívocos. (CONTINUA)
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