B L O G DOS E S P Í R I T O S

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

2 - Telefone mediúnico

Por J. Herculano Pires

(Do livro Diálogo dos Vivos
Francisco Cândido. Xavier
J, Herculano Pires e 
Espíritos diversos)

       Uns não acreditam nas comunicações dos Espíritos, outros acreditam demais e querem obtê-las com a facilidade de uma ligação telefônica. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra! Se as comunicações entre as criaturas terrenas nem sempre são fáceis, que dizer das que se processam entre os espíritos e os homens? Muita gente procura o médium como se ele fosse como se ele fosse uma espécie de cabina telefônica.Mas nem sempre o circuito está livre e muitas vezes o Espírito chamado não pode atender.
        Não há dúvida que estamos na época profetizada por Joel, em que as manifestações se intensificam por toda a parte. Nem todos os Espíritos, porém, estão em condições de comunicar-se com facilidade. Além disso, a manifestação solicitada pode ser inconveniente no momento, tanto para o espírito quanto para o encarnado.
           A morte é um fenômeno psicobiológico que ocorre de várias maneiras de acordo com as condições ídeo-emotivas de cada caso, envolvendo o que parte e os que ficam. A questão 155 de O Livro dos Espíritos explica de maneira clara a complexidade do processo de desencarnação. Alguns espíritos se libertam rapidamente do corpo, outros demoram a fazê-lo e isso retarda a sua possibilidade de comunicar-se.
           Devemos lembrar ainda que os espíritos são criaturas livres e conscientes. Não estão ao sabor dos nosso caprichos e nenhum médium ou diretor de sessões tem o poder de fazê-los atender ao nosso chamado. Quando querem manifestar-se, eles o fazem espontaneamente e não raro de maneira inesperada. Enganam-se os que pensam que podem dominá-los. Já ensinava Jesus, como vemos nos Evangelhos: o espírito sopra onde quem e ninguém sabe de onde vem nem para onde vai.
            É natural que os familiares aflitos procurem obter a comunicação de um ente querido. Mas convém que se lembrem da necessidade de respeitar as  leis que regem as condições do Espírito na vida e na morte. O intercâmbio mediúnico é um ato de amor que só deve realizar-se quando conveniente para os dois lados. O Espiritismo nos ensina a respeitar a morte como respeitamos a vida, confiando nos desígníos de Deus. Só a misericórdia divina pode regular o diálogo entre os vivos da Terra e os vivos do Além. Façamos nossas preces em favor dos que partiram e esperemos em deus a graça do reencontro que só Ele nos pode conceder.
              Muitos religiosos condenam as comunicações mediúnicas,alegando que elas violam o mistério da morte. Esquecem-se de que os próprios Espíritos de pessoas falecidas procuram comunicar-se com os vivos. Foi dessa procura de comunicação dos mortos, tão insistente no mundo inteiro, que se iniciaram de maneira natural as relações mediúnicas entre o mundo visível e invisível. O conceito errôneo da morte , como aniquilamento ou transformação total da criatura humana, gera e sustenta essa formas de superstição. O Espiritismo, revivendo os fundamentos esquecidos do Cristianismo puro, mostra-nos que a comunicação mediúnica é lei da vida a nos libertar de erros e temores supersticiosos do passado.

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