
Antes de buscar, pois, os modelos mais confiáveis para a organização das sociedades, a Doutrina Espírita prioriza o homem, o Espírito em marcha evolutiva, centrando suas preocupações no seu aperfeiçoamento, que se dará mediante a obra de autoeducação a ser incentivada em prol da conquista do congresso espiritual de cada indivíduo. Só de vence o mal ao extirpar suas causas geradoras!
De posse dessas verdades, e com o intuito de neutralizar a ação do mal em todas as suas dimensões, o principal cuidado do espírita deve ser o de buscar, invariavelmente, condições de respeitar os semelhantes tornando-se solidário e obtendo equilíbrio interior, fruto da alegria de amar desinteressadamente as criaturas. Deve também não se deixar influenciar pelos acontecimentos presentes, a turbar as almas de sinceros seareiros, mas sem a necessária vigilância para a preservação da paz legítima, que só será adquirida com acendrado esforço, como conquista inalienável de cada um de nós.
Uma das maneiras de obtermos paz é nos refugiarmos na oração, a fim de nela repousarmos "a mente e o coração na prece", conforme consolo valioso do Espírito Emmanuel:
[...] meu amigo, se adotaste efetivamente o aprendizado com o divino Mestre [...] cultiva os interesses de tua alma.
[...] penetra o santuário, dentro de ti mesmo.
[...]
Refugia-te no templo à parte, dentro de tua alma, porque somente aí encontrarás as verdadeiras noções da paz e da justiça, do amor e da felicidade reais, a que o Senhor se destinou.
Só alcançaremos, porém, esse estado de alma, se permaneceremos tranquilos e confiante na Providência divina, pois somente assim conseguiremos beneficiar os que nos rodeiam e que se deixam angustiar pelos conflitos ruidosos das ruas. É imprescindível não esquecer que o Espiritismo alerta-nos para o fato de que o mundo dos Espíritos, mundo que nos rodeia, experimenta as perturbações que ocorram na matéria interessado pelos movimentos que se operam entre os homens.
[...] Ficai, portanto, certos de que, quando uma revolução social se produz na Terra, abala igualmente o mudo invisível , onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam, como entre vós. Indizível efervescência entra a reinar na coletividade dos Espíritos que ainda pertencem ao vosso mundo e que aguarda o momento de a ele volver.
Essa realidade resulta do movimento que entre si trocam os
seres encarnados e desencarnados, exercendo, uns sobre os outros, maior ou menor influência, conforme a atração e a afinidade que possuam. Desse modo, é possível captar, pelos esforços que empreendermos em favor da paz, as vibrações de forças espirituais superiores, permitindo que elas possam transmitir irradiações benévolas e pacífica, sobretudo nos momentos de transtornos, divergências e entrechoques de origem social em nossas coletividades.
Nunca haverá paz genuína no mundo sem as luzes do Evangelho! E ninguém pode lançar outros fundamentos de justiça e amor, além daqueles que foram assinalados pelo Mestre Jesus!
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