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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Reformular a linguagem de Kardec?

Idalina levanta o debate

A minha amiga Idalina de Carvalho (Cataguases-MG), 51, licenciada em Filosofia pela Universidade de Juiz de Fora, me informa que nos estudos com a família, nos finais de semana, tem relido os evangelhos na obra de Kardec.
Durante nossa conversa pelo Facebook, Idalina levanta uma questão, ao afirmar: "Vejo que a linguagem na obra de Kardec precisa ser reformulada", e assinala já ser necessário alguma obra que traduza o pensamento de Kardec, porque para compreender realmente é preciso ter um conhecimento maior, e muitas pessoas simples, que frequentam centros espíritas e e até mesmo dirigentes de reuniões, não conseguem passar a mensagem de forma mais profunda e reflexiva.  
Durante a nossa conversa, Idalina diz: em Kardec já podemos ver que  a palavra sofrimento, na verdade, poderia ser substituída, porque se você for ler canalizações atuais  e textos sobre o despertar do planeta para a era de regeneração e se ainda comparar isso ao que a fenomenologia aponta e outras linhas filosóficas mesmo ... você vai vendo que a palavra sofrimento é muito vaga, que sofrimento seja talvez só uma forma equivocada de perceber as situações, que na verdade ele não existe como um fato, que a doença, por exemplo é só uma doença. Ela pode ser a sua redenção, a sua salvação, o seu maior bem, a luz que faltava para te apontar o caminho, ou então a doença pode ser a sua maior punição.
Por fim, Idalina observa: isso é que percebi no Evangelho, que se a pessoa não está muito bem, a repetição da palavra sofrimento pode provocar uma reação negativa, e com essa reação ela baixa a sua vibração e daí ela atrai influencias inferiores.
Se o Evangelho aborda a dor como uma benção, se a mostra de forma positiva - diz Idalina - a pessoa se sente alegre por ser testada e por vencer a provação - isso eleva o poder vibratório dela e ela consegue a cura, consegue assistência espiritual superior, porque a pessoa sofredora é frágil e sua prece não tem força.

3 comentários:

  1. Embora respeite a opinião do texto, discordo dela. A sugestão de reformular a obra espírita já foi e ainda é posta em discussão várias vezes, mas sempre perde para a razoabilidade. Um autor escreve sua obra e ninguém pode vir depois corrigi-la, modernizá-la apenas porque os tempos mudaram ou as concepções progrediram, criam outras obras.

    A meu ver, embora Kardec tenha sido codificador e não autor, é um desrespeito imenso a ele e à obra espírita, base de uma doutrina de tal seriedade, querer mudá-la. Até porque ela não trata de coisas passadas que desconheçamos, o sofrimento de outrora é o sofrimento de hoje e se os espíritos insistiram tanto em citá-lo é por ter um objetivo educativo.

    Kardec nem os espíritos jamais disseram que a Codificação só valeria até quando da implantação do mundo de regeneração que, aliás, está em curso, mas não concluído... sofrimento é o que se vê e verá ainda por aqui. Querer usar de psicologia dizendo que a repetição de uma palavra torna a pessoa apta a ser o que a palavra diz, não cabe, pois o inverso poderia ser verdadeiro, como penso que é, que de tanto alertar para os motivos do sofrimento, o evitemos.

    Tenho profundo receio de que se implante a ideia da reformulação, que a meu ver é influência de contraditores espirituais da doutrina, pois, para piorar, como escolheríamos a pessoa apta a tal mister? Ou será que passaríamos a aceitar que qualquer um viesse traduzir", eliminar, substituir as palavras e intenções das obras básicas, virando uma batalha de egos para ver quem vence com a melhor "adulteração" - pois é o que seria.

    Outra coisa, uma casa pode ser reformada em suas paredes quando o progresso exige isso, mas nunca se mexe em sua fundação. Se aceitarmos essa loucura como possível, o Espiritismo essencialmente como é deixará de existir.

    Por isso, embora (repito) respeite o ponto de vista da entrevistada, dou o meu ponto de vista categórico contra esse sentido, seguindo o mesmo ponto de vista de HERCULANO PIRES, que o Espiritismo não pode ser adulterado, seja qual for o nome ou desculpa que se dê a essa ação. Isso seria somente uma fissura criada na doutrina, que sem ela já tem bastante dificuldade em impedir que misticismos sejam inseridos nela, bem como para evitar os embates entre "puristas", "roustainguistas", apometristas e outros afins, que tem desviado dos objetivos e métodos da doutrina mesmo com a base comum, imaginem se fosse realidade uma mesclagem de gostos.

    Abraço!

    ...

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