
Os espíritas atuais, na sua maioria, tanto no Brasil como no mundo, não compreenderam ainda que estão num ponto intermediário da filogênese da divindade. Superando os reinos inferiores da Natureza, segundo o esquema poética d e Léon Dinis, na sequência divinamente fatal de Kardec: mineral, vegetal, animal e homem, temos o ponto neutro de gravidade entre duas esferas celestes, e esse ponto é o que chamamos Espírita. As visões fragmentárias da realidade se fundem dialeticamente na concepção monista preparada pelo monoteísmo. Liberto, no ponto neutro da poderosa reação da Terra, o espírita está em condições de se elevar ao plano angélico.
Mas estar em condições é uma coisa, e dar esse passo para a divindade é outra coisa. Isso depende do grau de sua condição doutrinária e da sua vontade real e profunda, que afeta toa a sua estrutura individual. Por isso mesmo, surge então o perigo a estagnação do misticismo, plano ilusório da falsa divindade que produz as almas viajoras de Plotino, que nada mais são do que os espíritos errantes de Kardec. Essa almas se projetam no plano da Angelitude, mas não conseguem permanecer nele cedendo de novo a atração terrena da encarnação.
Muitas vezes repetem a tentativa, permanecendo errantes entre as hipóstases do Céu e da Terra. Plotino viu essa realidade na introdução filosófica e na vidência platônica. Mas Kardec a verificou em suas pesquisas espíritas, escudadas na observação racional dos fatos.Apoiados na Razão, essa bússola do Real, ele nos livrava dos psicotrópicos do misticismo, oferecendo-nos a verdade exata da Doutrina Espírita. Nela temos a orientação precisa e segura dos planos ou hipóstases superiores, sem o perigo dos ciclos, muitas vezes repetidos do chamado Círculo Vicioso das Reencarnações, que os ignorantes pretendem opor à realidade incontestável da reencarnação. Pois se existe esse círculo vicioso,é isso bastante para provar o processo reencarnatório. O vício não esta no processo, mas na precipitação dos homens e dos espíritos não devidamente amadurecidos, que tentam forçar a Porta do Céu. (continua amanhã)
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