Por Amilcar Del Chiaro Filho
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Amilcar Chiaro (*1937 +2006) |
Temos um amigo que nos pediu para acompanhá-lo a um centro espírita e o fizemos com muito gosto. Algumas semas depois ele comentou conosco que ficou decepcionado, pois, palestra de encarnado, e mensagens de desencarnados, chamados pelos dirigentes, de mentores, era de um moralismo intolerável. Se Espiritismo é esse moralismo constante, como, sofra hoje para ser recompensado amanhã, quero ficar longe dessa crença.
Não pude deixar de sorrir da ingenuidade do amigo, e me propus a esclarecê-lo em algumas pequenas coisas. Perguntei se ele leu alguma obra espírita antes de decidir ir ao centro, ele respondeu que lera uns dois ou três romances, mas nem lembrava quais eram os autores. Foi aí que eu disse a ele:
- Vamos começar corrigindo um frase sua: Espiritismo não é crença, é certeza, assim como não é caminho alternativo, e sim, rota principal nas questões da alma, do espírito.
Disse-lhe ainda, que desde o tempo de Kardec, alguns espíritas reclamavam do excesso de pregação moral do espíritos, e o Mestre respondia com outra pergunta: vocês acham que a humanidade esta suficientemente moralizada para dispensar os moralistas? Vocês acham que não precisamos mais de conselhos e orientações daqueles que estão mais adiantados?
Disse ao meu amigos que precisamos sim de moralistas para nos advertir das responsabilidades qu etemos no mundo. Aliás, o Espiritismo incomoda porque adverte sobre os nosso erros. Adverte, mas não condena. Não há um tribunal espírita, muito menos sanções. O tribunal existe sim, mas não tem acusadores, nem defensores, nem juízes, porque está instalado na nossa consciência.
Meu amigo argumentou que tudo isso já está nos Evangelhos. Para que o Espiritismo, então? Abri A Gênese no capítulo 1º - Caracteres da Revelação Espírita, no item 56, parágrafo 4º, e li para ele as palavras de Allan Kardec:
"O que os ensinamentos dos espíritos acrescenta à moral do Cristo, é o conhecimento dos princípios que relacionam os mortos com os vivos, que completam as vagas noções que haviam sido dadas sobre a alma, seu passado e seu futuro, e que apresentam como sanção à Doutrina às próprias leis da natureza. Graças as novas luzes trazidas pelo Espiritismo e pelos espíritos, o homem compreende a solidariedade que liga todos os seres; a caridade e a fraternidade tornam-se uma necessidade social; o homem passa a fazer, por convicção, o que só fazia por dever e por isso age melhor. Os homens só poderão dizer que não precisam mais de moralistas encarnados ou desencarnados, quando praticarem a moral do Cristo. E então Deus também não mais os enviará com esse fim.
Estávamos próximos a uma livraria espírita, e comprei, para presenteá-lo, o livro: O Que é o Espíritismo? Fiz-lhe uma bela dedicatória desejando que aquele fosse o primeiro de uma série de livros que ele deveria estudar para entender realmente o que é o Espiritismo.
(Portal do Espírito - Centro Espírita Casas André Luiz - 19.01.2003)
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