Fernando Antonio
15.02.13
059) Marx
Vejamos o comentário de Herculano Pires, ainda sobre a questão 685-a.
A concepção espírita do trabalho como lei natural, determinante ao mesmo tempo da evolução do homem e da Natureza, coincide com o principio marxista segundo o qual, nas próprias palavras de Marx: "Agindo sobre a Natureza, que está fora dele, e transformando-a por meio da ação, o homem se transforma também a si mesmo". Vemos, no ítem 676, que "sem o trabalho o homem permaneceria na infância intelectual". O Espiritismo não encara pois, o trabalho como "uma condenação", segundo dizem alguns marxistas, mas como uma necessidade de evolução humana e da evolução terrena. Trabalhar não é sofrer, mas progredir, desenvolver-se, conquistar a felicidade. A diferença está em que, para os marxistas, a felicidade se encontra nos produtos materiais do trabalho na Terra, enquanto para os espíritas, além dos proventos imediatos da Terra, o trabalho proporciona também os da evolução espiritual. Por isso não basta dar trabalho ao homem, sendo também necessário dar-lhe educação moral., ou seja, orientação espiritual para que ele possa tirar do trabalho todos os proventos que este lhe pode dar. Um mundo socialista, de trabalho e abundância para todos, mas sem perspectivas espirituais seria tão vazio e aborrecido como um mundo espiritual de ociosidade, segundo o prometido pelas religiões. O paraíso terrestre do marxismo equivaleria ao paraíso celeste dos beatos. O espiritismo não aceita um extremo nem outro, colocando as coisas em seu devido lugar.
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