Kardec em Estudo

Injúrias e Violências

             O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo IX - "Bem-Aventurados os Mansos e os Pacificadores" - item 1 " ...toda palavra ofensiva é uma expressão de um sentimento contrário à lei do amor e da caridade. E esta lei é que deve ser a regra das relações entre os homens para manter, entre eles, a concórdia e a união".

            Deus, ao criar o homem, deu um recurso muito precioso para ser usado para o bem: a fala.

            Quando estamos felizes, falamos sem parar, euforicamente, daquilo que nos fez feliz.Queremos gritar para o mundo a nossa felicidade. Quando estamos tristes, nos fechamos e só falamos com aqueles que são os nosso confidentes ou que nos ajudam nas horas difíceis.

         Através de nossas palavras podemos expressar tudo o que temos dentro de nós. Conseguimos traduzir em palavras todos os  nossos sentimentos. Devemos então analisar e descobrir como a fala é tão importante par ao ser humano.

             No Sermão da Montanha, Jesus nos alertou: "Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus". E o que este alerta tem a ver com o dom da palavra? Tudo pois, através das palavras, podemos levar à paz.

             Quantas vezes estávamos nervosos e agitados, mas alguém nos disse palavras de conforto e bom-senso, fazendo-nos acalmar e pensar melhor na situação. Estes que sabem usar a palavra para o auxílio, seguem a orientação de Jesus. Uma palavra de ânimo e esperança para alguém que sofre, pode fazê-lo mudar o rumo dos pensamentos. De criatura esquecida, podemos lembrá-lo de que todos somos filhos de Deus e, como tal, amparados por Ele. 

         Infelizmente, nem sempre usamos esse dom corretamente. Gostamos muito da maledicência. Criticamos todos, esquecendo que, aquele que julga, da mesma forma será julgado. Pela palavra podemos influenciar os nossos companheiros de jornada e levá-los a praticar atos que o comprometerão. Mas aos olhos de Deus, que tudo vê, o culpado não é somente aquele que pratica o ato. Aquele que influenciou de alguma maneira, inclusive pela palavra, também deverá resgatar o erro.

               Usemos esse dom abençoado para promover a união, a paz, o entendimento. Sempre que formos dar a nossa opinião, pensemos antes de falar e tenhamos sempre a diretiva: O que falar para ajudar ou apaziguar? Muitas vezes, calar-se em um momento de discussão, pode ser a receita mais sensata, de preferência elevando o pensamento a Jesus, pedindo auxílio para a solução do problema.

               Falar mal da vida alheia tornou-se um hábito que somente através de muito sofrimento iremos mudar. Por isso lembra-nos Emmanuel:  "Muitas pessoas de hábitos cristalizados em comentários descaridosos, em torno da vida alheia, estão a caminho de tratamento médicos, dos mais graves".

                 Podemos entender que, através da palavra mal direcionada, plasmamos doenças em nós mesmos. Jesus, o nosso maior exemplo, usou a palavra para o Amor. Através de sua palavra deixou-nos ensinamentos que nos orientam até hoje e, quando acusado, não gritou ou ofendeu a ninguém, simplesmente calou-se e orou. Sigamos este exemplo.

(Adolpho - Seareiro, Ano 8, nº 69 - julho 2007)