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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Mediunidade e animismo



Existe mediunidade sem animismo? Até que ponto 
ele é prejudicial  à comunicação mediúnica? 
Clarividência,  projeção astral, etc.,
 são manifestações anímicas ou mediúnicas? 
Entenda a visão kardequiana e a explicação da autora.
Revista Cristã de Espiritismo
Ano 13 nº 113

Por Maísa Intelisano

Maisa Intelisano (São Paulo-SP)

      A palavra animismo vem do latim - anima, que significa alma - e foi usada no contexto em que estudamos pela primeira vez, por Alexander Aksakov, em seu livro Animismo e Espiritismo, para designar "todos os fenômenos intelectuais e físicos que deixam supor uma atividade extracorpórea ou à distância do organismo humano e, mais especialmente, os fenômenos mediúnicos que podem ser explicados por uma ação que o homem vivo exerce além dos limites do corpo!
        André Luiz, em seu livro Mecanismos da Mediunidade, pela psicografia de Francisco Cândido Xavier, defende animismo como sendo "o conjunto dos fenômenos psíquicos produzidos com a cooperação consciente ou inconsciente dos médiuns em ação". 
              Já Richard Simonetti em seu livro Mediunidade - Tudo o que você precisa saber, diz que animismo, "na prática mediúnica, é algo da alma do próprio médium, interferindo no intercâmbio".
                 Ramatis, no livro Mediunismo, pela psicografia de Hercílio Maes, diz que "animismo, conforme explica o dicionário do vosso mundo, é o sistema fisiológico que considera  a alma como a causa primária de todos os fatos intelectivos e vitais. O fenômeno anímico, portanto, na esfera de atividades espíritas, significa a intervenção da própria personalidade do médium nas comunicações dos espíritos desencarnados, quando ele impõe algo de sim mesmo à conta de mensagens transmitidas do Além-Túmulo."
                   Partindo de definições como estas, o termo passou a ser usado de forma negativa e pejorativa, para tudo aquilo que fosse produzido por um médium, mas que não tivesse qualquer contribuição ou participação de espíritos desencarnados. Com esta definição, o animismo passou a ser o pesadelo de todos os médiuns, especialmente os iniciantes, por ser usado momo sinônimo de mistificação e fraude.
                            
                   Animismo e mistificação

              No entanto, mistificação é outra coisa completamente diferente, caracterizada pela fraude consciente do médium e a simulação premeditada do fenômeno mediúnico, com intenção de enganar os outros. Médium mistificador, portanto, é aquele que finge, premeditada e conscientemente, estar em transe mediúnico, recebendo comunicação de espíritos desencarnados, quando, na verdade, está apenas inventando a mensagem para impressionar ou agradar às pessoas à sua volta. 
                       A atuação anímica do médium, por sua vez, acontece de forma quase sempre inconsciente, de modo que o próprio médium dificilmente consegue perceber a sua própria interferência ou participação no fenômeno que manifesta, não conseguindo separar o que é seu do que é criação mental do comunicante, mesmo quando o fenômeno, em si, é consciente.
                       É o que nos diz Hermínio C. Miranda, em seu livro Diversidade dos Carismas, quando afirma que o fenômeno fraudulento nada tem animismo, mesmo quando inconsciente. Não é o espírito do médium que o está produzindo através de seu corpo mediunizado, para usar uma expressão dos próprios espíritos, mas o médium, como ser encarnado, como pessoa humana, que não esta sendo honesto, nem com os assistentes nem consigo mesmo. O médium que produz uma página por psicografia automática, com os recursos do seu próprio inconsciente, não está, necessariamente, fraudando e, sim,  gerando um fenômeno anímico. É seu espírito que se manifesta. Só estará sendo desonesto e fraudando se desejar fazer passar sua comunicação por outra acrescentando-lhe uma assinatura que não for a sua ou atribuindo-a, deliberadamente, a algum espírito desencarnado." (CONTINUA)

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