O mestre Octávio Caúmo nos enviou, agora a pouco, e-mail dando conta de uma mensagem recebida em 1942, por Chico Xavier, durante a 3ª Concentração Espírita de São Paulo, no Ginásio do Pacaembu, a qual faz referência a João Huss e Allan Kardec. Achando o tema interessante fui pesquisar mais um pouco e encontrei um texto de Fernando Ben, de 26 de junho de 2012, postado na Rede Amigo Espírita e que abaixo transcrevemos:
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O padre João Huss ... |
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...e a sua condenação por heresia |
Em 22 de setembro de 1942, através de uma mensagem do Espírito Humberto de Campos, recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, os meios espíritas tomaram conhecimento de que Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, em anterior encarnação foi o teólogo checo João Huss(Jan Huss). Nesta mensagem, Humberto de Campos nos relata o ocorrido em uma Assembléia de Orientadores Terrestres, no plano espiritual, quando o Mestre aproximando-se de João Huss explicou-lhe a elevada missão que lhe era confiada. Daí, a algum tempo, no início do século XIX, nascia Allan Kardec em Lyon.
João Huss nasceu em Husinec, na Boêmia (agora parte da República Tcheca por volta de 1371 (ou 1369). Recebeu o grau de Mestrado da Universidade de Praga em 1396, tornou-se professor de Teologia em 1398 e 1400 foi ordenado Padre. Foi Reitor da Universidade em 1402 e em 1404 recebeu Bacharelado em Teologia.
No ano seguinte, após ser ordenado, começou pregando na Capela de Belém, onde os sermões eram feitos em língua tcheca em vez do latim. Rapidamente se envolveu no movimento reformista nacionalista tcheco, iniciado no século XV, e que persistia dentro da Universidade. Condenava vigorosamente os abusos da igreja e tentava, nos sermões, trazer a igreja até o povo.
Denunciava seus abusos e as suas disputas não diziam respeito a assuntos teológicos básicos, mas à pratica e disciplina da igreja. Dentre elas, Huss afirmava que oficiantes da igreja deveriam exercer somente poderes espirituais e deixa de serem governadores terrenos. A nível doutrinário, acreditava na predestinação, considerava a Bíblia como a única autoridade religiosa, e afirmava que o Cristo, e não qualquer outro representante eclesiástico, inevitavelmente corrupto, era o verdadeiro chefa da igreja.
Em 1412 foi excomungado pelo seu arcebispo, não por heresia, mas por insubordinação. Mas o problema real era que Huss apoiava um preponente a Papa e o arcebispo um outro e o candidato de Huss foi finalmente declarado como o verdadeiro Papa.
Em 1914 foi convocado pelo Concílio de Constance, que tinha sido criado para resolver o cisma na igreja e suprimir a heresia. Tendo recebido um salvo conduto do imperador alemão Segismundo, garantindo sua segurança pessoal, Huss pensou que pudesse defender, com sucesso, as suas crenças. À sua chegada, contudo, os seus inimigos o aprisionaram e o julgaram por heresia, sendo ordenado a abjura certos princípios heréticos. As acusações contra ele falsamente declaravam crenças que ele nunca aceitara e quando lhe foi proposto retratar-se e prometer não ensinar as suas doutrinas/princípios recusou-se categoricamente. Foi então condenado pelo Concílio por heresia e queimado em um poste, morrendo heroicamente em 6 de julho de 1415.
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