Animismo não é defeito

Se o animismo faz parte do processo mediúnico, sempre haverá um porcentual a ser considerado, não fixo, mas variável, envolvendo o grau de desenvolvimento do médium." Hermínio Miranda no livro já citado, diz que, "em verdade, não há fenômeno espírita puro, de vez que a manifestação de serem desencarnados, em nosso contexto terreno, precisa do médium encarnado, ou seja, precisa do veículo das faculdades da alma (espírito encarnado), e portanto anímicas."
Interessante também vermos algumas anotações de Kardec referentes a instruções dos espíritos, em O Livro dos Médiuns: "A alma do médium pode comunicar-se como qualquer outra ..." O espírito do médium é o intérprete, porque está ligado ao corpo que serve para a comunicação e porque é necessária essa cadeia entre vós e os espíritos comunicantes, como é necessário um fio elétrico para transmitir uma notícia à distância e, na ponta do fio, uma pessoa inteligente que a receba e comunique."
Em nota de rodapé José Herculano Pires, que traduziu a 2ª edição francesa de O Livro dos Médiuns, diz que "o papel do médium nas comunicações é sempre ativo. Seja o médium consciente ou inconsciente, intuitivo ou mecânico, dele sempre depende a transmissão e sua pureza."
Quando Kardec, ainda no mesmo livro, pergunta se o espírito do médium não é jamais completamente passivo", os espíritos lhe respondem dizendo que "ele é passivo quando não mistura suas próprias ideias com as do espírito comunicante, mas nunca se anula por completo. Seu concurso é indispensável como intermediário, mesmo quando se trata dos chamados médiuns mecânicos".
Hermínio Miranda, citando ensinamento dos espíritos no livro de Kardec, diz ainda que "assim como o espírito manifestante precisa utilizar-se de certa parcela de energia, que vai colher no médium, para movimentar um objeto, também "para uma comunicação inteligente, ele precisa de um intermediário inteligente", ou seja, do espírito do próprio médium.
"O bom médium, portanto, é aquele que transmite, tão fielmente quanto possível, o pensamento do comunicante, interferindo o mínimo que possa no que este tem a dizer. "Reiteramos, portanto, que não há fenômeno mediúnico sem participação anímica. o cuidado que se torna necessário ter na dinâmica do fenômeno não é colocar o médium sob suspeita de animismo, como se o animismo fosse um estigma, e sim, ajudá-lo a ser um instrumento fiel, traduzindo, em palavras adequadas, o pensamento que lhe está sendo transmitido sem palavras pelos espíritos comunicantes." (CONTINUA)
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