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domingo, 10 de novembro de 2013

O HOMEM, produto do meio?

Por Licurgo Soares de Lacerda Filho
Hippolyte Taine
´ppolite Taine
                    Hippolyte Adolphe Taine (1828-1893) foi um filósofo, crítico e historiador francês, que se notabilizou por ser um dos expoentes do movimento denominado Positivismo. Em seu entendimento, Taine compreendia o ser humano como produto de três fatores determinantes: o meio ambiente onde estivesse inserido, a raça a que pertencesse e a contextualização do momento histórico vivido.
                   De fato, o princípio estabelecido pelo filósofo pode ser observado através da História. Grande líderes, como o macedônio Alexandre, o Grande (356-323 a.C.), o romano Caio Júlio César (100-44 a.C), o mongol Gengis Khan (1162-1227) e o francês Napoleão Bonaparte (1769-1821), alcançaram a condição de liderança não somente pelas características de sujas personalidades moldadas para o comando, mas porque estavam perfeitamente inseridos no meio em que comandaram. Assim, não apenas atendiam aos anseios de expressivo número de seus liderados, masa sabiam usar  em seus benefícios a identidade étnica e aproveitar as oportunidades do contexto vigente.
                   Só existem lideres porque existem os liderados. E entre os liderados, a questão do "determinismo" de Taine também de reproduz, dando força à questionável ideia de que "o homem é produto do meio". E não precisamos ir tão longe ao passado para analisar tal condição,  basta observarmos quanto, atualmente, a identidade individual é moldada por interesses diversos: veste-se, come-se, bebe-se e,, principalmente, age-se de acordo com padrões predeterminados, sem que se reflexione mais profundamente acerca da conveniência de se adotar esse ou aquele modismo, essa ou aquela regra de conduta.
                   Voltando ao passado histórico, pode-se observar o movimento empreendido por alguns indivíduos que se opuseram a esse "determinismo", adotando conduta divergente da admitida como legítima pelo senso comum e afrontando as regras e os conceitos quem embora admissíveis pela lei de então, se contrapunham aos preceitos morais necessários para o equilíbrio e a harmonia da vida em comunidade. Por conta de suas atitudes, esses personagens findaram por ser sacrificados em nome daquelas leis. Os exemplos são merecedores de nosso respeito e admiração: o filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.), a mártir cristã Víbia Perpétua (?-203), o pensador e reformador religioso, nascido na região da Boêmia, Jan Huss (1369-1415), o teólogo, filósofo, escritor e frade dominicano italiano, Giordano Bruno (1548-1600), além de tantos outros e outras, alguns dos quais mantidos à margem da História escrita.
                    É interessante ressaltar quem acima de todos esses "reformadores sociais" permanece um exemplo soberanos não só por sua determinação em apontar os vícios morais, mas também por indicar as alternativas para a iluminação individual e por suas promessas de felicidade na vida futura para aquele que continuassem fiéis às suas convicções: Jesus.
                    Hoje, nós, personagens dessa infinita história universal, mergulhado no meio que nos foi dado como oportunidade evolutiva, dividindo nossas existências com afetos e desafetos de outras épocas, permanecemos influenciados pela cultura e pelo contexto atual, sofremos a interferência do pensamento e das ações dos que estão à nossa volta e, algumas vezes,  somos instados a adotar regras sociais de cunho duvidoso.
                    Apesar de tudo, como cidadãos universais, que objetivam a evolução em todos os seus níveis, devemos estar cônscios de que nosso patrimônio intelectual e moral, adquirido durante o transcorrer das sucessivas experiências reencarnatórias, já nos outorgou a maioridade necessária, que nos dá condições para distinguir entre o que deve e o que não deve ser feito, ou seja, já nos propiciou a capacidade de saber usar uma de nossas mais expressivas aquisições: o livre-arbítrio. Diante disso, cabe-nos arcar com as consequências, colendo os frutos de nossas escolhas.
(Reformador, nov 2013)

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