A doença física representa o grito da alma solicitando recolhimento e reflexão. E alguns momentos não conseguimos de pronto reflexionar o ocorrido, mas é necessário que possamos sempre avaliar alguns pontos de nossa vida, retirando daí proveito para ajuizamento e detecção de pontos nevrálgicos, que necessitam de resolução. É a parada na correria diária que sozinhos não conseguimos fazer. É a ponderação construtiva ativada pela solidão, em alguns momentos, ou pela alegria de pessoas queridas, que também nunca tinham tempo para estar conosco, mas que diante do improvável, dedicam-se um pouco a nós.
Não podemos corrigir numa úncia encarnação tudo o que fizemos de incorreto em outras encarnações, mas podemos e devemos ponderar o que estamos fazendo de errado e traçar uma meta para corrigir. Vivemos sobre a Terra 80, 90, 100 anos. Já desencarnamos e encarnamos outras vezes. Então imaginemos que existem situações que podem ser reajustada nesta encarnação, outras que demorarão um pouco mais de tempo e outras que somente em encarnações vindouras serão sanadas.
Mas que isto não seja um desestímulo para nós. Muito pelo contrário, a partir do momento que passamos a nos analisarmos de forma racional começamos a detectar os nossos pontos fortes e fracos, as fortalezas e as ameaças. O que já trazemos em nós como verdade e que não importa a situação que vivenciemos, não iremos deixar de acreditar ou fazer. Temos como exemplo o morador de rua que encontra grande soma em dinheiro e que possuía somente R$ 1,00 (um real) no bolso e devolve ao dono, pois "não foi assim que minha mãe educou. Não poso ficar com oque é dos outros!". Belo exemplo a ser seguido.
Existem outras tantas coisas que ainda precisamos de maior desenvoltura moral para poder confrontar e sairmos vencedores. Algumas destas, precisamos confrontar inúmeras vezes para que possamos sair verdadeiramente vitoriosos, ratificando para que se torne uma verdade em nós. A encarnação é rica de méritos para aquele que se esforça e busca, através de uma vontade firme dirigida para o bem, caminhar no amor. Fazer de seus passos um hino de bençãos que emanadas do mais alto, transformam-se em escoador do bem em nós.
Fazer o bem não é algo tão difícil assim. Exercitá-lo diariamente talvez seja uma dificuldade para muitos de nós. Quando somos esporádicos, não nos comprometemos com nada nem com ninguém. Quando exercitamos o bem e o transformamos em uma necessidade diária nossa, passamos a transformar o ambiente pelo qual circulamos e trocamos experiências com as outras pessoas. O mal é o remédio necessário para fazer sarar a chaga do egoismo e do orgulho que há em nós. Em vez de lutarmos contra o mal, façamos o bem, e tantos quando apareçam na nossa frente. Ainda seremos devedores das Leis, mas estaremos saldando em parte a dívida contraida outrora.
(Este artigo foi originalmente publicado no jornal O Clarim, Matão-SP, fevereiro de 2013)
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