B L O G DOS E S P Í R I T O S

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O que foi e o que é (2)

(continuação)

                   Está claro que a pedra do alicerce deve ficar ali, como base. Mas o quê podemos esperar se começarmos a cavar a terra e ferir a pedra, com intenção de destruí-la?
                   Ao aceitarmos a negação da Bíblia, teríamos de considerar ignorante o próprio Kardec, que se deu ao trabalho de citá-la como a 1ª Revelação. Além do mais, estaríamos negando o poder de esclarecimento da Doutrina Espírita, cuja função não é somente iluminar o futuro, mas também o passado e o presente. "Meus bem-amados, já estamos naqueles tempos em que os erros explicados se transformar em verdades. Nós mostraremos a correlação poderosa que une o que foi e o que é. Em verdade vos digo: a manifestação espírita alarga os horizontes, e aqui está o seu enviado, que vai resplandecer como um sol por cima dos montes", diz o Espírito João Evangelista, em O Evangelho Segundo o Espiritismo.    

                    Correlação poderosa 

                     Essa é a atitude espírita em face dos textos antigos, especialmente da Bíblia e dos Evangelhos. Sabemos que são textos de um passado longínquo. Não podemos, sensatamente, interpretá-los ou criticá-los como se estivesse sido escritos em nosso dias. A manifestação espírita alarga os horizontes e nos faz enxergar além dos limites estreitos do presente.
                     Os Espíritos do Senhor se manifestaram, e se manifestam, para nos ajudar a transformar os erros em verdades, estabelecendo a correlação poderosa entre o que foi e o que é. Querer negar o que foi, para sustentar apenas o que é, parece-me absurdo. É como querer cortar uma árvore pela raiz e esperar que ela continue a alimentar-nos com seus frutos.
                      A Bíblia, como os Evangelhos e os outros textos religiosos da antiguidade são os marcos da evolução espiritual da Terra. É claro que não podemos encontrar em um marco praticamente inicial, como a Bíblia, a mesma pureza que vamos encontrar nos Evangelhos ou na codificação espírita. Mas não é justo que condenemos aquilo que não compreendemos hoje e que representou um impulso e um valor no seu tempo, muito distante de nós.
                      Todos os espíritos conhecem a lei de evolução. Como, então, não colocarmos a Bíblia em seu exato lugar, na evolução espiritual da Terra, e preferimos acusá-la de infâmia e imoralidades que só existem aos nossos olhos? Procuremos antes, como fazia Kardec, estabelecer a "correlação poderosa" a que aludiu o Espírito João Evangelista.        
J. Herculano Pires - 1914/1979

Nenhum comentário:

Postar um comentário