A EPÍSTOLA
DE PAULO DE TARSO
AOS ROMANOS
A epístola de Paulo aos romanos talvez seja uma das mais contundentes cartas da história da civilização ocidental. Ao aliar paixão, visão e razão, busca captar e transmitir a essência da mensagem da fé em Jesus Cristo. Não é a mais antiga epístola remanescente de Paulo - a mais antiga é a primeira epístola aos tessaloniences - porém é a mais longa e importante. A epístola aos romanos foi escrita de Corinto em cerca de 56 d.C., no final da intensa década em que Paulo proclamara a mensagem de Jesus e estabelecera as comunidades cristãs na região da Ásia Menor (onde hoje é a Turquia) e da Grécia. O apóstolo se tornara o líder na propagação do Evangelho entre os gentios, ao passo que Pedro, conhecido como o mais original dos apóstolos, parece ter-se concentrado basicamente em populações judias.
Paulo fora criado em um lar de judaísmo rigoroso, com formação intelectual farisaica, e começou a carreira adulta como feroz adversário de qualquer um que acreditasse que um homem crucificado como Jesus pudesse ser o Messias. Sua conversão, contudo, convenceu-o de que a fé a que se opunha era de fato a verdadeira. Esta compreensão obrigou-o a reconsiderar tudo o que julgava saber sobre Deus e seus desígnios, e a pesquisar as escrituras para entender como a história de Jesus se relacionava com a história do povo escolhido de Deus. A epístola aos romanos reflete a profunda visão que Paulo adquiriu da revelação que Deus lhe transmitiu, e fala de sua posterior jornada espiritual.
Paulo foi um homem que estava sempre em movimento. Viajava de cidade em cidade, pregando a mensagem de Jesus. Nos lugares que ia evangelizar poderia passar algumas semanas ou meses, e este seria o tempo suficiente para estabelecer uma congregação de fiéis e ensinar-lhe os fundamentos essenciais que deveriam orientar seu novo modo de viver, antes de partir para a cidade seguinte. Quando surgiam, dificuldades nessas comunidades, os convertidos enviavam perguntas a Paulo, e ele respondia por cartas escritas em grego (a língua universal da época) que eram levadas muitas vezes por um de seus colaboradores missionários. As epístolas substituíam a presença física de Paulo, e o missionário acrescentava sua voz viva para ajudar a resolver os problemas.
(Do livro Guia Completo da Bíblia - Seleções do Reader`s Digest)
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